Mãe de americano solto hoje na Síria diz que Catar negociou para libertá-lo
Washington, 24 ago (EFE).- Nancy Curtis, a mãe do jornalista americano Peter Theo Curtis, que foi libertado após quase dois anos de sequestro na Síria, afirmou neste domingo que o governo do Catar negociou para conseguir a libertação de seu filho por motivos “humanitários”.
Em comunicado, a família de Curtis expressou seu “profundo agradecimento aos governos de Estados Unidos e Catar e aos muitos indivíduos, privados e públicos, que ajudaram a negociar a libertação” do jornalista.
“Embora a família não conheça os termos exatos que se negociaram, representantes do governo catariano nos disseram repetidas vezes que estavam intermediando para conseguir a libertação de Theo por motivos humanitários, sem o pagamento de dinheiro”, declarou Nancy Curtis.
Estados Unidos e ONU confirmaram hoje que Curtis, de 45 anos, sequestrado há dois anos na Turquia quando tentava entrar na Síria, foi entregue hoje às forças de paz das Nações Unidas e já está acompanhado por funcionários americanos fora desse país árabe.”Estamos muito aliviados que Theo esteja são e seguro e que finalmente possa voltar para casa, mas também estamos profundamente tristes pelo terrível e injustificado assassinato na semana passada de seu companheiro, o jornalista Jim Foley, pelo Estado Islâmico (EI)”, acrescentou Nancy Curtis.
A mãe de Curtis comentou que conheceu família Foley “durante estes longos meses de incerteza e preocupação”, e comprovou “a coragem de Diane Foley”, a mãe do jornalista, “e seus esforços heroicos que ajudaram a levantar o espírito das famílias de todos os jornalistas e outros reféns”.
A libertação de Curtis ocorre cinco dias depois da divulgação de um vídeo com a decapitação de Foley, capturado na Síria em 2012, por um membro do EI.
No vídeo, o membro encapuzado do EI acusa o presidente americano Barack Obama de ser o responsável da morte de Foley por sua decisão de bombardear as posições do grupo jihadista no Iraque.
“Apelamos aos sequestradores dos reféns restantes a libertá-los no mesmo espírito humanitário que possibilitou a libertação de Theo”,pediu Nancy Curtis.
“Meu único objetivo atualmente é ajudar às outras famílias dos que ainda estão retidos na Síria, e cuidar do meu filho”, acrescentou.
A família acredita que Curtis “foi capturado pouco após entrar na Síria em outubro de 2012 e desde então foi retido pelo grupo militante Jabhat Al Nusra ou por facções aliadas”, aponta o comunicado.
Nancy Curtis afirmou que seu filho se preocupava “profundamente com o povo da Síria e, por isso, voltou durante a guerra”.
Curtis nasceu em Atlanta, na Geórgia, com o nome de Peter Theophilus Eaton Padnos, e é doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Massachusetts, com conhecimento de francês, árabe, alemão e russo, segundo o comunicado.
Trabalhou como jornalista no Iêmen e na Síria e é autor do livro “Undercover Muslim”, após cuja publicação mudou o nome para Peter Theo Curtis “para viajar mais facilmente no mundo árabe, embora seguisse escrevendo como jornalista sob o nome Theo Padnos”, conclui o comunicado. EFE
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