Mãe viaja ao Líbano para recuperar guarda de filha sequestrada pelo pai há 4 anos

  • Por Renata Perobelli/ Jovem Pan
  • 12/12/2014 09h53
Arquivo Pessoal Claudya Dyas Boutros e a filha Gabriela

Brasileira que teve filha sequestrada por libanês há 4 anos viaja neste final de semana para audiência de guarda de menor no Oriente Médio.

Claudya Dyas Boutros pede ajuda ao Itamaraty para custear sua permanência no Líbano por uma semana, a fim de repatriar a filha Gabriela, hoje com 10 anos.

Muita emocionada e sem perder as esperanças de recuperar a menina, Claudya quer a intervenção do Ministério das Relações Exteriores. “Essa audiência não é só minha, é uma audiência também do Brasil”, diz a mãe.

No final da noite desta quinta-feira, o Itamaraty respondeu o e-mail da Jovem Pan dizendo que um oficial consular pode seguir com Claudya Dyas Boutros para dar apoio a ela e a seu advogado durante a audiência.

O órgão do governo, porém, alega que não pode custear a permanência da mãe no país, já que isso “não faz parte de um momento de perigo ou calamidade”.

Claudya, por sua vez, reclama de falta de apoio e explica a dificuldade operacional que tem para se fazer representar no processo que ocorre a mais de 10 mil km de distância.

“Pelo fato de eu ser casada legalmente com ele, entrei em um processo jurídico libanês e é essa situação que está ocasionando a audiência de guarda”, explicou. “E não é a primeira, já está sendo a terceira ou quarta, de que não tive a oportunidade de participar por falta de apoio e por falta de condições de ir para o Líbano.”

O afastamento

O ex-marido Pedro Boutros não aceitava a separação após 10 anos de casamento. Comerciante, Pedro se desfez de tudo e planejou a fuga, realizada numa visita quinzenal.

Em 2010 , o pai fugiu por terra, cruzando a fronteira pelo Paraguai, e depois seguiu de avião até o Líbano.

O advogado dela, José Beraldo, explica por que o governo libanês não intercede por Claudya neste caso de sequestro de incapaz.

“O Líbano não é signatário da Convenção de Haia, ou seja, nós ganhamos todas as ações para a Claudya Boutros, para quem foi dada a guarda definitiva, porém o Líbano não cumpre nenhuma ordem judicial de nenhum país”, alegou Beraldo.

Os únicos meios de intermediação que Claudya tem são orgãos de intenções, embaixadas e o ministério. “O Brasil tem um bom relacionamento com o Líbano. Bastaria um pouco de boa vontade do governo brasileiro para repatriar essa criança para o Brasil, já que ela foi levada criminosamente pelo pai libanês”, apela o advogado.

O pai que levou a filha à revelia da mãe, foi incluído na lista de procurados pela Interpol, segundo informações da Polícia Federal.

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