“Mães de maio” brasileiras homenageiam em São Paulo vítimas do Estado

  • Por Agencia EFE
  • 15/05/2015 20h44
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São Paulo, 15 mai (EFE).- As “mães de maio” do Brasil realizaram nesta sexta-feira em São Paulo uma homenagem às “vítimas do Estado”, especialmente àquelas que morreram vítimas da polícia.

Mais de uma centena de integrantes do “Movimento Independente Mães de Maio” se reuniram na Praça da Sé, no centro da capital paulista, para denunciar o “genocídio da população negra, pobre e periférica”.

Deborah Maria da Silva, fundadora do movimento, enfatizou que o “Brasil tem que parar de ser uma fábrica de corpos na periferia” e lembrou de 15 de maio de 2006, quando houve uma onda de violência em São Paulo que terminou com mais de uma centena de assassinatos.

“Pedimos a desmilitarização dessa polícia que, há nove anos, saiu para matar nossos filhos. Perdi meu filho, mas não perderei a gana de lutar”, ressaltou.

Uma ordem dada pelas autoridades em maio de 2006 para transferir para prisões federais os líderes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) provocou a onda de violência que, além das mortes, terminou com graves distúrbios na cidade e rebeliões na maioria das prisões do estado.

Os membros do grupo, inspirado nas Mães de Maio da Argentina, também homenagearam as vítimas do “Massacre do Carandiru”, a maior tragédia do sistema penitenciário brasileiro, que em 1992 deixou 111 detentos mortos.

O julgamento do massacre, o episódio mais sangrento dentro das prisões brasileiras, terminou ano passado com a condenação de 73 policiais, cujas penas somam 20.876 anos de prisão.

Segundo os dados do movimento, no primeiro trimestre de 2015, 185 pessoas morreram vítimas da polícia durante enfrentamentos, o maior índice desde 2003. EFE

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