Mães iniciam greve de fome em um centro de detenção do Texas (EUA)

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2015 00h30

Austin (EUA), 2 abr (EFE).- Dezenas de mães iniciaram nesta semana uma greve de fome no centro de detenção para famílias imigrantes de Karnes City, no Texas (Estados Unidos), para exigir às autoridades sua libertação e a de seus filhos.

“Tomamos a iniciativa de unir-nos e iniciar uma greve de fome para mostrar nosso desespero”, afirma uma carta divulgada nesta quinta-feira e assinada por 78 mulheres, todas as reclusas no centro.

O centro de Karnes City, situado cerca de 80 quilômetros ao sul da cidade de San Antonio, é um dos quatro locais de detenção para essas famílias nos Estados Unidos, que são administrados pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE, na silga em inglês).

Os outros estão localizados em Dilley (Texas), Artesia (Novo México) e Leesport (Pensilvânia), e em pleno funcionamento podem abrigar cerca de 4.000 imigrantes ilegais.

A maioria das mulheres detidas provém da América Central e cruzou a fronteira durante o último ano, em uma onda de imigrantes ilegais que provocou a decisão do governo americano de reabrir estas instalações com o objetivo de dissuadir novas chegadas.

“Devem saber que este é só o começo. Não pararemos até conseguir nosso objetivo. Esta greve seguirá até que cada uma de nós seja libertada”, asseguram na carta estas mulheres, que pediram asilo nos Estados Unidos após atravessar a fronteira por causa da violência em seus países.

Na carta, além disso, alertam que as condições de vida no centro “não são boas” para seus filhos, que “não se alimentam bem e a cada dia perdem peso e sua saúde se deteriora”.

“Durante esta greve de fome nenhuma mãe trabalhará no centro de detenção, também não enviaremos nossos filhos à escola e não utilizaremos nenhum serviço deste lugar”, destacam.

O centro de Karnes City, que abriu em agosto de 2014 e está administrado pela empresa privada GEO Group, já esteve no olho do furacão por diversos escândalos, entre eles várias denúncias por abuso sexual de guardas a reclusas.

O Departamento de Segurança Nacional (DHS), do qual depende o ICE, abriu uma investigação após as denúncias, mas concluiu que não havia provas que as sustentassem.

O ICE, por sua parte, negou ter constância de uma greve de fome em Karnes City. EFE

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