Magnata da mineração chinesa por homicídio e corrupção é condenado à morte

  • Por Agencia EFE
  • 23/05/2014 12h14
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Pequim, 23 mai (EFE).- Um tribunal da cidade de Xianning (Hubei, centro do país) setenciou nesta sexta-feira à pena de morte o magnata da mineração chinesa Liu Han por homicídio, corrupção e outros delitos.

O milionário, de 48 anos, foi declarado culpado por “organizar, dirigir e participar de um grupo criminoso e de planejar até nove homicídios propositais”, recolhe a agência oficial de notícias “Xinhua”, citando a sentença do tribunal, que também está julgando mais 35 acusados que fizeram parte do grupo.

Um deles é o irmão de Lui Han, Lui Wei, que também foi condenado à morte, enquanto outros membros receberam sentenças que vão desde 11 anos de prisão até pena capital.

Segundo a acusação, o milionário acumulou cerca de US$ 7 bilhões através de práticas corruptas durante a presidência do grupo Hanlong -a maior empresa privada da província de Sichuan (centro do país)-, que conta com dezenas de companhias subsidiárias em setores como o elétrico, energético, finanças e imobiliário.

Segundo a corte, a partir de 1997, quando ambos os irmãos criaram o grupo Hanlong com seu parceiro Sun Xiaodong -que está sendo investigado em um caso separado-, contrataram um grupo de pistoleiros e o grupo se transformou gradualmente “em uma organização delitiva relativamente estável”.

“Com a ajuda de sicários, planejaram e cometeram assassinatos e assaltos, acabaram com seus inimigos e os extorquiram, realizaram comércio ilegal e tiranizaram a população local”, segundo a acusação.

A sentença a Liu Han representa o fim de um dos processos judiciais dirigidos aos empresários privados de alto nível na China desde que Xi Jinping assumiu o cargo de presidente e prometeu lutar contra as práticas corruptas tanto nas altas como nas baixas esferas da sociedade.

A Liu Han é relacionado, além disso, com o ex-chefe da Segurança chinesa Zhou Yongkang, ainda membro do Politburo, e alvo de uma investigação anticorrupção segundo várias publicações.

O jornal “South China Morning Post” apontou que em alguns documentos do auto contra Liu aparecia o nome do filho mais velho de Zhou Yongkang, Zhou Bin, com quem o magnata tinha acordado pelo menos dois negócios.

Algumas fontes consultadas pelo jornal asseguram que, em 2003, Zhou Bin vendeu uma companhia de turismo com sede em Sichuan a Liu por um preço até três vezes superior do que o estimado, porque o magnata estava “muito interessado em manter a relação com os Zhou”.

Além de uma ex-figura de peso na indústria petrolífera chinesa, Zhou Yongkang foi também o líder do Partido Comunista em Sichuan no período no qual Liu aumentou sua fortuna, sobretudo através de atividades mineiras e imobiliárias.

Se for confirmada sua acusação, o ex-“czar” da segurança seria o ex-líder político de maior categoria processado em décadas na segunda potência mundial. EFE

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