“Maior acidente ambiental do País”, diz especialista sobre tragédia em Mariana

  • Por Jovem Pan
  • 22/11/2015 14h46
VITÓRIA,ES,21.11.2015:ES-PEIXES-MORTOS-RIO-DOCE-ROMPIMENTO-BARRAGENS - Populares recolhem peixes mortos no Rio Doce em Baixo Guandu (ES), neste sábado (21). O rio foi atingido pela lama com rejeitos de minério de ferro, após rompimentos das barragens da Mineradora Samarco, em Mariana (MG), que causou uma grande destruição e mortos na cidade mineira. (Foto: Jovander da Silva/Futura Press/Folhapress) Folhapress Peixes mortos no Rio Doce em Baixo Guandu

A onda de lama de rejeitos minerais que se formou após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, no último dia 5, chegou ao litoral do Espírito Santo na tarde deste sábado (21). Barcos de pescadores e protesto de moradores do vilarejo próximo, Regência, na cidade de Linhares, acompanharam a chegada da enxurrada no mar.

Em entrevista a repórter Izilda Alves, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Marcos Vinicius Polignano, afirmou ser o “maior acidente ambiental do País e um dos maiores do mundo”. A enxurrada de lama atingiu o mar aproximadamente às 15h, em camadas menos densas de barro. O Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil ao longo do Rio Doce apontava que a lama chegaria ao oceano apenas na próxima semana.

“Nós tivemos uma onda de lama de rejeitos que saiu a mais de 600 quilômetros, percorreu todo o Rio Doce e impactou o litoral. Isso dá a dimensão do que a gente tem. Isso não é uma água barrenta de enchente. Isso é rejeito”, explicou.

Polignano ressaltou ainda que os sedimentos que chagem ao litoral vão para o fundo e comprometerão corais próximos, lugares de procriação de animais e a vida marinha mais próxima a faixa litorânea.

As consequências para a população do vale do Rio Doce, incluindo a população já próxima da foz teve seu modo de vida comprometido. “Algumas cidades não podem captar água. Mesmo depois que a água melhorar um pouco o padrão, vão existir contaminantes que precisam ser monitorados”, disse.

Para o professor da UFMG, as “ações do Governo têm sido lamentáveis” em relação ao desastre originado em Mariana, em Minas Gerais, e depois atingindo o litoral capixaba. “A gente vê poucas ações do Governo, da própria empresa, no sentido de incluir barreiras ou tentando diminuir este impacto. Está se assistindo essa deposição sem que poucas ações tenham sido feitas”, disse.

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