Maior desafio hoje é recuperar “confiança” na Grécia, diz premiê italiano
O maior “desafio” que a União Europeia (UE) tem atualmente é recuperar “a confiança” em relação ao governo da Grécia, disse o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, que não concebe a ideia de uma zona do euro sem a adesão grega.
Em entrevista à rede de televisão catariana “Al Jazeera” divulgada neste domingo, Renzi admitiu que “a decisão de (o primeiro-ministro grego, Alexis) Tsipras de convocar um referendo criou muitos problemas”.
“O desafio real da Grécia agora é dar uma mensagem de mudança estrutural no país”, afirmou Renzi, que ao ser questionado se prevê a saída de Atenas da zona do euro, foi categórico: “a zona do euro é composta por 19 países e é impossível voltar atrás”.
“Talvez seja um paradoxo, mas temos que seguir adiante com maior velocidade e determinação mais forte”, disse Renzi, para quem “há possibilidades de que a Grécia permaneça na zona do euro com os acordos atuais”.
“Se o governo grego optar por uma ideia de propostas econômicas que seja a melhor possível para todos, então acho que na próxima segunda-feira a Grécia ainda estará na zona do euro e será resolvida a emergência”, opinou.
Renzi advertiu, por outro lado, que “a Europa perdeu muitas oportunidades. E isso porque Bruxelas, as instituições europeias, focaram nas regras burocráticas, e não no futuro dos jovens”.
O político disse considerar que a União Europeia não foi capaz de cumprir seu objetivo, estabelecido há 15 anos, de se tornar em duas décadas o grupo de países mais dinâmico e inovador do mundo, e reconheceu que existe uma diferença, entre os 28 membros, no que diz respeito aos países do norte e do sul.
“Também há outra divisão entre a primeira Europa que foi estabelecida há 58 anos em Roma pelos seis países fundadores e a nova Europa, a do Leste. Agora a Europa são 28 países. E o processo de mudança foi muito rápido, talvez demais”, concluiu.
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