Mais de 10 mil pessoas deixam a Comunidade Nelson Mandela em processo de reintegração

A reintegração de posse da Comunidade Nelson Mandela teve início na manhã desta terça-feira (09) e pretende retirar mais de 10 mil moradores de uma área de 200 mil m² que fica entre Osasco e Barueri. A maioria das pessoas deixou o morro durante a madrugada, mas ainda há aquelas que não conseguiram sair. Há expectativas de que a desocupação total do local dure até dois dias. O processo, porém, tem sido pacífico até esta manhã, mesmo com o forte aparato policial descolado para o evento.

Quando a Tropa de Choque e a Força Tática chegaram à favela, encontrou barricadas com fogo nas principais vias. As chamas se espalharam para alguns barracos e também impede a saída de moradores. A reportagem da Jovem Pan conversou com bombeiros que afirmaram que houve uma ordem do comando da corporação para que o fogo não fosse controlado, eles deveriam apenas isolar os locais com focos de incêndio. O principal receio é a grande quantidade de botijões de gás e o material das casas, que é altamente inflamável. O barraco onde a equipe da Jovem Pan ficou boa parte da noite foi completamente destruído.

Os caminhões que levariam os eletrodomésticos não conseguem entrar no morro e os moradores têm que deixar o local carregando o que conseguem.

A Comunidade Nelson Mandela tem quase um ano e meio de existência, a ocupação cresceu do dia para a noite em um morro à margem do Rodoanel. No mês de maio, Jovem Pan entrou nessa comunidade e fez um perfil da invasão que hoje tem mais habitantes do que havia em Pinheirinho – área de São José dos Campos cuja desapropriação, em 2012, gerou um confronto entre policiais e moradores com repercussão internacional.

Os primeiros habitantes chegaram ali no dia 14 de janeiro de 2014, exatos 29 dias depois do sepultamento do líder sul africano Nelson Mandela, homenageado no título da ocupação.

As informações são dos repórteres Jovem Pan Helen Braun e Tiago Muniz.

Veja o vídeo gravado por Tiago Muniz.