Mais de 100 “Damas de Branco” são detidas ao tentar fazer homenagem
Havana, 13 jul (EFE).- Mais de 100 integrantes do grupo dissidente cubano “Damas de Branco” ficaram detidas durante algumas horas neste domingo em Havana quando tentavam realizar um ato pelos 20 anos do naufrágio do rebocador “13 de março”.
A líder do grupo, Berta Soler, disse à Agência Efe que as prisões aconteceram depois da caminhada que as mulheres costumam fazer depois da missa na Igreja Santa Rita, no bairro de Miramar, e no momento em que caminhavam a uma avenida onde estava previsto depositar flores. Ela informou que as mulheres foram interceptadas por policiais e manifestantes pró-governo nos arredores da igreja, conduzidas em três ônibus a uma unidade policial na Praia de Tarará (ao leste de Havana) e liberadas poucas horas depois. Além disso, nove homens opositores que as acompanhavam também foram detidos em dependências policiais, entre eles Ángel Moya, seu marido.
A iniciativa de hoje tinha como objetivo lembrar o afundamento do rebocador “13 de março”, perto da Baía de Havana, ocorrido nessa data em 1994 quando a embarcação, de propriedade estatal, subtraída por dezenas de pessoas que queriam fugir de Cuba, foi afunda por quatro navios do governo cubano, ocasionando a morte de 37 pessoas, segundo os sobreviventes.
O grupo classificou o fato como “massacre” e acusou o regime castrista de autorizar à tripulação de alguns de seus navios a realizar o fato, enquanto as autoridades cubanas sustentaram que se tratou de um acidente.
Berta disse que recebeu a informação de mais detenções de ativistas de direitos humanos em outras cidades da ilha, como Santiago de Cuba, Bayamo, Holguín, Ciego de Ávila, Matanzas e Pinar del Río. Ela lembrou que no domingo passado 125 mulheres do grupo foram detidas em diferentes pontos do país.
O movimento “Damas de Branco” surgiu para reivindicar a liberdade de filhos, maridos e irmãos opositores do chamado “Grupo dos 75”, que foram presos e condenados a longas penas entre março e abril de 2003. EFE
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