Mais de 100 mil exigem renúncia de Yanukovich nas ruas da Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 19/01/2014 13h46
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19/02 EFE Conflitos entre polícia e manifestantes marcam protestos na Ucrânia

Boris Klimenko.

Kiev, 19 jan (EFE).- Mais de 100 mil manifestantes se reuniram neste domingo na Praça da Independência de Kiev, onde há quase dois meses a oposição se manifesta ininterruptamente, para exigir a renúncia do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich.

Apesar das baixas temperaturas na capital ucraniana, em torno dos 10 graus negativos, os manifestantes lotaram a praça mais importante do país, tomada pela oposição desde novembro, quando Yanukovich decidiu adiar a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia.

A sétima “veche” (assembleia) popular, mostrou que a capacidade de convocação da oposição na capital ucraniana não sofreu diminuição após oito semanas de protestos.

“Yanukovych quer nos roubar o país, as autoridades proibiram os cidadãos e seus direitos”, disse do palco o campeão mundial de boxe e líder do partido de oposição UDAR, Vitali Klitschko.

O líder opositor pediu que as leis que o partido governista aprova no Parlamento sem debate não sejam acatadas.

“Hoje a pergunta é: vencerá Yanukovich ou vencerá a Ucrânia? A Ucrânia vencerá! Yanukovich e o grupo que quer privatizar o país não conseguirão!”, exclamou Klitschko diante da multidão, que aplaudiu suas palavras.

O líder do partido nacionalista Svoboda (Liberdade), Oleg Tiagnibok, pediu que seja iniciado imediatamente o processo de formação de órgãos de poder popular e reuniu “milhões de assinaturas de cidadãos da Ucrânia” para legitimá-los.

Enquanto isso, Arseniy Yatseniuk, dirigente do principal partido de oposição, Batkivshina, liderado pela ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, presa desde 2011, ressaltou o caráter pacífico dos protestos e tachou de “provocadores” aqueles que pedem a ocupação de edifícios.

“Ocupar prédios não significa receber o poder”, disse a política da oposição.

Yatseniuk também criticou os que afirmam que a oposição se reúne em torno de um único líder, e não três, como acontece atualmente.

“É provocador insistir que nosso movimento de resistência deve ter um único líder”, declarou.

E acrescentou que, como uma demonstração de união, os três partidos opositores convocaram para a próxima quarta-feira uma grande passeata na capital ucraniana.

“Após o estabelecimento de um parlamento popular será formado um governo popular que levará a Ucrânia à União Europeia e a ditadura de Yanukovich acabará. Esse é nosso plano de ação”, afirmou Yatseniuk.

Nesta semana, os líderes da oposição acusaram o governo de Yanukovich de “destruir a ordem constitucional” e “usurpar o poder” após aprovarem uma série de leis, incluindo o Orçamento Geral de 2014, sem debate parlamentar.

Além disso, o Partido das Regiões, de formação governista, propiciou a adoção de uma lei que, na opinião dos opositores, restringe o direito à liberdade de reunião e de expressão.

As denúncias da oposição ucraniana foram avaliadas pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que nesta sexta-feira pediu para Yanukovich alterar, por serem antidemocráticas, as leis recém-aprovadas.

“Peço ao presidente da Ucrânia que revise essas decisões e as adapte aos compromissos internacionais da Ucrânia”, disse Ashton em comunicado.

A diretora de política externa da União Europeia explicou que as novas leis restringem os direitos fundamentais dos cidadãos e parecem não respeitar os princípios democráticos nem os próprios procedimentos parlamentares. EFE

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