Mais de 150 mil protestam em Berlim contra acordo comercial entre UE e os EUA

  • Por Agência EFE
  • 10/10/2015 13h58
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EFE Com boneco da chanceler Angela Merkel

Mais de 150 mil pessoas protestaram neste sábado (10) em Berlim contra o Tratado Transatlântico de Comércio e Investimentos (TTIP), firmado entre os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e vários outros países, em uma das maiores manifestações dos últimos anos na Alemanha.

Os organizadores da manifestação, batizada de “Por um comércio mundial mais justo”, também criticavam o acordo econômico e comercial com o Canadá (Zeta). Eles rebataram os números das autoridades locais e afirmaram que 250 mil pessoas participaram do movimento.

A manifestação partiu da estação central de Berlim e percorreu as ruas principais da capital alemã até a Coluna da Vitória, um dos cartões postais do país, passando em frente à sede do governo.

A quantidade de pessoas era tão grande que milhares de manifestantes mal tinham começado a caminhar quando a “linha de frente” da passeata já tinha chegado ao destino final.

Foi a primeira vez que tantos manifestantes foram às ruas na Europa para protestar contra o TTIP, segundo os organizadores. O movimento foi convocado por grupos sociais, ecologistas, sindicatos e órgãos de proteção ao consumidor.

Os críticos dos dois tratados comerciais temem um enfraquecimento das normais europeias e uma deterioração dos padrões ecológicos e sociais, exigindo o fim das negociações com os Estados Unidos e a não ratificação do acordo firmado com o Canadá.

Alguns dos manifestantes estavam fantasiados de coveiros, carregando caixões com inscrições como “Estado social”, “Proteção do meio ambiente” e “Democracia”. Outros levavam cartazes com frases como o “TTIP vai nos transformar em escravos”.

Entre os que discursaram na Coluna de Vitória estava o presidente da Confederação de Sindicatos da Alemanha (DGB), Reiner Hoffmann. Os sindicatos não são contra o comércio mundial, disse Hoffman, mas destacou que “os frutos da globalização sempre estão mal distribuídos”.

“Unindo nossas forças devemos evitar que os direitos dos trabalhadores se transformem em um brinquedo à mercê da globalização desenfreada”, disse o líder sindical.

Por outro lado, o vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, fez campanha defendendo o acordo comercial com os EUA em vários jornais locais.

“O TTIP não é bom nem ruim, depende do que nós façamos com ele”, escreveu o ministro, acrescentando que a Europa tem a oportunidade de participar do projeto das regras que vão reger a globalização e quão justas e sustentáveis elas serão.

“Temos a oportunidade de sentar padrões novos e bons em nível mundial para o crescente comércio global, padrões ambientais e de consumo ambiciosos e com condições justas para os investimentos e para os trabalhadores. Esse débito ser nosso objetivo / alvo”, acrescenta. 

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