Mais de cem opositores russos detidos em protesto em frente ao Kremlin

  • Por Agencia EFE
  • 30/12/2014 17h31

Moscou, 30 dez (EFE).- Mais de cem pessoas foram detidas nesta terça-feira em uma manifestação realizada em frente ao Kremlin para protestar contra a condenação do líder da oposição extraparlamentar russa, Alexei Navalni.

“Na área da Praça de Manezh se reuniram cerca de 1.500 pessoas para realizar uma ação não autorizada. A polícia advertiu repetidamente aos presentes para que não alterassem a ordem pública”, informou a polícia moscovita à agência “Interfax”.

“Putin fora”, “ano novo sem Putin”, “nós somos o poder” e “vergonha” foram algumas das palavras de ordem cantadas pelos ativistas concentrados nas imediações do Hotel Moscou, apesar das baixas temperaturas (cerca de -15 graus).

“Respeitados cidadãos, suas ações são ilegais”, advertiu por várias vezes por meio de um megafone um dos chefes da polícia.

Após algumas horas de protestos pacíficos, as forças antidistúrbios formaram uma corrente humana e expulsaram os manifestantes da área em direção à Praça da Revolução.

Em seguida, segundo pôde ser visto por imagens de emissoras de televisão, a polícia bloqueou com cercas metálicas todos os acessos subterrâneos ao local.

Em um primeiro momento, também se concentraram na área partidários do Kremlin, que gritaram contra um possível Maidan, movimento de protesto na Ucrânia que acabou com a queda do presidente Viktor Yanukovich, na capital russa.

“Não ao Maidan”, dizia uma frase projetada em um edifício por um feixe de luz.

O protesto transcorreu pacificamente, com a exceção de alguns distúrbios entre jovens opositores e cossacos, que defendem a política do Kremlin, segundo a imprensa local.

Protestos opositores também foram realizados em São Petersburgo e em Yekaterimburgo (Urais).

A prefeitura moscovita informou que a oposição não solicitou nenhuma convocação de manifestação e advertiu que qualquer ação de protesto não autorizado seria reprimida pela polícia.

Segundo a lei local, a oposição deve solicitar com dez dias de antecedência permissão para realizar um ato público, mas a decisão da justiça de antecipar para hoje a leitura da sentença prevista para 15 de janeiro impediu o cumprimento dos prazos.

Pouco antes, Navalni, considerado o principal rival político do presidente russo, Vladimir Putin, após obter um terço dos votos nas últimas eleições para a prefeitura de Moscou, foi detido após violar a prisão domiciliar para comparecer ao protesto em frente ao Kremlin.

A polícia moscovita levou o opositor para seu domicílio, onde permanece sem comunicação desde fevereiro e não pode enviar e receber correio nem utilizar telefone ou internet.

Sua detenção aconteceu horas após o opositor ser condenado a três anos e meio de liberdade condicional em um julgamento no qual foi acusado de vários crimes financeiros. EFE

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