Mais dois policiais são presos, acusados de morte das adolescentes na Índia
Nova Délhi, 31 mai (EFE).- A polícia confirmou neste sábado a prisão de dois homens que estariam envolvidos no estupro e enforcamento de duas adolescentes da casta considerada de intocáveis, os dalits, no norte da Índia, o que faz subir para cinco o número de detidos, e apenas outros dois continuam foragidos.
O superintendente da polícia local, Atul Kumar Saxena, disse à agência indiana “PTI” que prenderam ontem à noite o agente ++Chhatrapal++ e no começo da manhã de sábado (hora locala ++Urvesh++, que, como os outros detidos, são da casta Yadav.
Essa casta baixa está acima dos intocáveis, grupo social que ocupa o último lugar no sistema de castas. As duas adolescentes, de 14 e 15 anos, que apareceram enforcadas na quarta-feira na cidade de Katra, no Estado de Uttar Pradesh, são dalits.
Os policiais ++Sarvesh++ e ++Chhatrapal++ foram suspensos e detidos por “conspiração criminosa” ao negar ajuda aos familiares das vítimas, que na terça-feira à noite tinham descoberto que as adolescentes estavam presas em uma casa da cidade.
“++Chhatrapal++ nos disse que não registraria queixa nenhuma e que fôssemos embora. Disseram que nos matariam se insistíssemos em registrar uma ocorrência”, contou ao jornal local “Indian Express” um dos irmãos das adolescentes.
As jovens tinham sido raptadas por um terceiro policial, ++Awadhesh++, e dois de seus irmãos -++Pappu++ e ++Urvesh++-, que foram presos e acusados de assassinato e estupro.
“O papel da polícia em todo o caso é suspeito. Se os policiais tivessem atuado a tempo as meninas estariam vivas. Estavam conluiados com os acusados”, acusou o pai de uma das vítimas ao “PTI”.
“Somos tão pobres que não esperamos que se faça justiça. A polícia nos pressionou para que mudemos nossas declarações sobre o crime”, disse ao canal local “NDTV” um vizinho de uma das vítimas.
A família das adolescentes pediu uma investigação independente, por não confiarem no chefe do governo regional, ++Akhilesh++ Yadav, que pertence à mesma casta dos acusados.
++Akhilesh++, por sua vez, ordenou ontem que se faça um “julgamento rápido” contra todos os detidos e que os parentes das vítimas sejam protegidos e indenizados com 500 mil rúpias (quase US$ 15 mil).
Segundo o “Indian Express”, os altos comandantes da polícia de Uttar Pradesh admitiram a “grave negligência” no caso. EFE
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