Mais ex-militares são detidos no Chile por envolvimento no “Caso Queimados”
(Santiago) Chile, 27 jul (EFE).- Ao todo, quatro ex-militares chilenos foram detidos nas últimas horas por possível envolvimento no caso de dois jovens que foram atacados com gasolina e queimados em 1986, durante um dos protestos contra então presidente Augusto Pinochet, informaram fontes da polícia nesta segunda-feira.
Os quatro detidos se somam a outros sete ex-militares sentenciados pelo juiz especial Mario Carroza na sexta-feira passada, seis como autores e um como cúmplice do ataque que Rodrigo Rojas De Negri e Carmen Gloria Quintana sofreram em 1985. À época, Rojas, um fotógrafo de 19 anos, morreu por conta das queimaduras e Carmen Gloria Quintana, uma universitária de 18 anos, conseguiu sobreviver, apesar ter ficado com 62% do corpo queimado.
Entre os novos detidos está Pedro Fernández Dittus, o oficial que comandava o grupo que agrediu os jovens em um bairro de Santiago e quem ordenou que eles fossem levados a uma região rural nos arredores da cidade, onde foram jogados em uma vala. Os outros detidos são os ex-recrutas Leonardo Riquelme, Juan González e Walter Lara, que estavam na operação com Fernández.
De acordo com as fontes da polícia, nesta segunda-feira os quatro serão postos à disposição do juiz, que na última sexta decretou a prisão dos militares Julio Castañer, Luis Zúñiga, Francisco Vásquez, Ivan Figueroa, Nelson Medina e Jorge Astengo como autores de homicídio qualificado. Sergio Hernández, motorista do caminhão militar no qual o grupo estava, foi condenado como cúmplice.
O caso foi reaberto após o depoimento do ex-recruta Fernando Guzmán, que rompeu um pacto de silêncio existente entre os envolvidos e denunciou Julio Castañer como o autor material dos crimes. Até agora, Dittus era o principal responsável. A versão de Guzmán foi confirmada na noite de ontem por Pedro Franco Rivas, outro integrante do grupo, que apontou Castañer como autor material da agressão contra os jovens. EFE
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