Malásia, Tailândia e Indonésia se reúnem para discutir crise de refugiados
Bangcoc, 20 mai (EFE).- Malásia, Tailândia e Indonésia mantêm nesta quarta-feira uma reunião de urgência em Kuala Lumpur para tratar da crise de imigrantes no Sudeste Asiático, um dia depois que a ONU pediu aos três países que acolhessem os refugiados.
No encontro participam os ministros das Relações Exteriores dos três países: o malaio Anifah Aman, a indonésia Retno Marsudi e o tailandês Tanasak Patimapragorn, informou o governo malaio.
A Malásia anunciou no domingo esta rodada de contatos para pressionar Mianmar, a antiga Birmânia, para que se envolva em um acordo em nível regional.
Cerca de 2,5 mil imigrantes ilegais desembarcaram desde a semana passada nesses três países, apesar das tentativas de mantê-los afastados de seu litoral, o que lhes rendeu críticas da ONU e de organizações humanitárias.
Grande parte dos imigrantes são rohingya, uma minoria muçulmana que foge da perseguição em Mianmar, país que não os reconhece como cidadãos e do onde zarpam muitas das embarcações operadas pelas redes de tráfico humano.
Até agora, Mianmar vem se esquivando da crise e pôs em dúvida sua participação em uma reunião convocada pela Tailândia para 29 de maio, para a qual foram convidados vários países da região e agências internacionais para discutir possíveis soluções.
O governo birmanês atribui o problema ao tráfico de pessoas na Tailândia e se nega a aceitar os rohingyas, inclusive o uso desse termo, já que os considera imigrantes ilegais de Bangladesh, onde os mesmos também não são reconhecidos.
A reunião acontece um dia depois que várias agências da ONU pediram aos governos dos três países que protegessem os refugiados a deriva no mar, facilitassem seu desembarque e dessem prioridade à proteção de vidas humanas.
Segundo essas organizações, 88 mil pessoas embarcaram nessa perigosa viagem desde 2014, 25 mil apenas no primeiro trimestre deste ano, dos quais cerca mil teriam morrido no mar pelas precárias condições da viagem, e outros mil pelos maus tratos dos traficantes. EFE
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