Maliki ordena envio de apoio aéreo aos curdos em luta contra jihadistas

Bagdá, 4 ago (EFE).- O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, ordenou nesta segunda-feira, na qualidade de comandante-em-chefe do exército, o envio de apoio aéreo para as forças curdas em sua luta contra os jihadistas e outros grupos insurgentes sunitas.

Em entrevista coletiva, o porta-voz das Forças Armadas, Qasem Ata, anunciou que Maliki deu a ordem aos chefes da aeronáutica para que bombardeassem os extremistas que estão combatendo os curdos.

Ontem, as forças curdas (peshmergas) tiveram que se retirar de várias zonas da província de Ninawa, na fronteira com a região autônoma do Curdistão iraquiano, diante do avanço jihadista.

O extremista Estado Islâmico (EI) tomou as localidades de Sinyar el Zemar e outras regiões do norte do Iraque, como os campos petrolíferos de Ain Zala e Batma.

A organização jihadista anunciou ontem que já chegou ao triângulo fronteiriço entre Iraque, Síria e Turquia, e que continua suas batalhas nos arredores de Mossul, a segunda maior cidade do país, tomada pelo EI em 10 de junho.

Segundo a ONU, cerca de 200 mil civis fugiram de Sinyar, a maioria deles da comunidade yazidi, uma minoria religiosa curda, e necessitam de maneira urgente de alimentos, água e remédios.

Os peshmerga controlam praticamente todas as cidades que estavam em disputa com o governo central iraquiano, como a cidade petrolífera de Kirkuk, também no norte.

As divisões entre as autoridades do Curdistão e as de Bagdá surgiram quando as forças curdas assumiram o controle das regiões em disputa após a retirada das forças governamentais perante o avanço jihadista.

O presidente do Curdistão, Massoud Barzani, que pediu a renúncia de al-Maliki, já expressou sua intenção de realizar um referendo de independência da região.

A ideia foi rejeitada pelo primeiro-ministro iraquiano, que acusou os curdos de dar abrigo aos jihadistas e se apropriar das jazidas de petróleo que pertencem ao Iraque. EFE