Manifestantes pró-democracia e polícia voltam a se enfrentar em Hong Kong

  • Por Agencia EFE
  • 16/10/2014 01h14
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Hong Kong, 16 out (EFE).- Grupos pró-democracia e a polícia voltaram a se enfrentar na madrugada desta quinta-feira em Hong Kong, um dia depois da publicação de um vídeo no qual seis agentes de segurança agridem um manifestante, o que gerou indignação popular e um novo impulso ao movimento.

Passada a meia-noite no horário local (13h de quarta-feira em Brasília), a polícia prendeu uma pessoa quando 300 ativistas do “Occupy Central” tomaram mais uma vez uma das ruas que dá acesso ao parlamento e aos escritórios do chefe de governo de Hong Kong, local onde ontem foram registrados os confrontos mais violentos desde o início do protesto, em 28 de setembro.

Manifestantes e policiais voltaram a se enfrentar por volta de 2h no horário local (15h de quarta-feira em Brasília) no distrito de Admiralty, o coração dos protestos. As forças de segurança usaram gás de pimenta para dispersar a multidão que bloqueava a passagem em direção aos edifícios do governo. Outro jovem foi detido nesse segundo conflito.

Indignados pela agressão mostrada no vídeo publicado ontem, quase 2 mil pessoas, segundo o movimento pró-democracia, se encontraram em uma praça do distrito de Admiralty. A atuação policial na madrugada de quarta-feira gerou uma onda críticas dentro e fora da cidade.

O líder da organização estudantil “Scholarism”, Joshua Wong, de 18 anos, um dos três grupos que coordenam o movimento, lembrou aos manifestantes que tinha pedido que os protestos não fossem dirigidos contra os policiais, que só faziam o seu trabalho.

“A partir de agora não vou dizer isso nunca mais”, afirmou.

Cerca de 500 pessoas prestaram queixas nos escritórios da Polícia de Hong Kong, no distrito de Wan Chai, após as imagens gravadas por uma emissora de TV local. O vídeo mostra seis policiais agredindo um rapaz caído no chão e com as mãos amarradas.

Após os tensos conflitos de ontem, Raymond Tam, secretário de Hong Kong para Assuntos Constitucionais, disse que o governo local nomeou um intermediário para tentar organizar um diálogo entre as autoridades e a Federação de Estudantes de Hong Kong.

O secretário-geral da organização estudantil, Alex Chow, disse que o grupo ainda não tinha sido informado sobre isso, mas que segue aberto às negociações.

No bairro de Mong Kok, onde 200 pessoas se concentraram ontem em protesto contra a repressão policial, um grupo de manifestantes construiu barricadas de até dez metros de altura, mas retirou as barreiras por temer que isso resultasse em resposta dos policiais.

Os conflitos entre as forças de segurança e os manifestantes marcaram uma escalada da tensões vividas em Hong Kong, que têm várias ruas bloqueadas há quase três semanas. EFE

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