Marcha em Nova York lembra as dívidas pendentes para a igualdade de sexos

  • Por Agencia EFE
  • 08/03/2015 20h51
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Agustín de Gracia.

Nova York, 8 mar (EFE).- Milhares de pessoas participaram neste domingo em Nova York de uma marcha em favor da igualdade de gênero que serviu para lembrar à comunidade internacional as dívidas pendentes sobre esse tema, apesar de tantos compromissos assumidos.

A manifestação aconteceu em uma manhã fria do típico inverno nova-iorquino, coincidindo com o Dia Internacional da Mulher, e foi organizada pela ONU e outras associações que defendem a igualdade de gênero.

A celebração coincidiu neste ano com o 20º aniversário da IV Conferência Internacional sobre a Mulher, em Pequim, que fixou um programa de ação preciso para envolver os governos do mundo no combate à discriminação da mulher.

“Passaram 20 anos desde a Declaração de Pequim. O progresso foi lento demais, e desigual”, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao participar de um ato prévio à marcha.

“Precisamos de ações globais”, acrescentou Ban, comentando que quando se marginaliza metade da população mundial se perde “cem por cento de seu potencial. Precisamos usar o potencial de todas nossas mulheres”.

Vestido com roupa informal e tênis nas cores branca e azul, as mesmas das Nações Unidas, Ban chegou disposto a participar da passeata e lembrou que a igualdade de gênero é “a prioridade número um” para a ONU.

Os discursos iniciais, mais curtos que o previsto por causa do frio, aconteceram em um palanque montado perto da sede das Nações Unidas, no início da marcha, que terminou na emblemática Times Square após percorrer ruas e avenidas do centro de Manhattan.

A passeata, com maioria de mulheres entre os participantes, foi puxada por um cartaz que dizia, em inglês, “Planeta 50-50 para 2030”, para destacar a necessidade de chegar a uma completa igualdade dentro de 15 anos.

Além disso, outros participantes levavam cartazes contra o estupro, alertando que o “O silêncio não é uma opção”, e em defesa da igualdade de gênero, destacando que “O direito sexual é um direito humano”.

Nas mensagens iniciais, a diretora-executiva de ONU Mulheres, a sul-africana Phumzile Mlambo-Ngcuka, fez um pedido à comunidade mundial para que se alcance “mudanças significativas” antes de 2030.

“O que estamos fazendo hoje é começar uma travessia que não tem fim”, afirmou a alta funcionária da ONU. “Sabemos que quando houver igualdade de gênero, nossas economias crescerão e haverá desenvolvimento para todos”, comentou.

Quem também discursou foi a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Leymah Roberta Gbowee, da Libéria, que pediu que os presentes imaginassem coisas como a paz ou o mundo “com um só olho”, em alusão à discriminação da mulher.

“Assim funcionou o mundo até agora. É hora de descobrir o outro olho”, declarou.

A marcha de hoje precede uma reunião da Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher, da qual participarão altos funcionários e representantes de organizações e que revisará a situação do tema a partir desta segunda-feira e até o dia 20 de março. EFE

ag/rsd

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