Marina apresentará amanhã programa com ênfase na “democracia direta”

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2014 18h09

São Paulo, 28 ago (EFE).- Apontada nas pesquisas como favorita a vencer o segundo turno das eleições presidenciais, Marina Silva apresentará amanhã seu programa de governo, no qual, de acordo com seus assessores, fará ênfase em mecanismos de “democracia direta” e participação popular.

O texto, que vem sendo discutido pelos membros da campanha, colocará em 250 páginas as principais propostas da candidata do PSB, partido ao qual se filiou após não conseguir o aval da Justiça Eleitoral para sua Rede Sustentabilidade.

Escolhida como candidata presidencial pelo PSB no lugar do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo, a ex-senadora e seu programa geraram mais interesse depois que ela apareceu como potencial vencedora do segundo turno das eleições de outubro.

Na última pesquisa de intenção de voto do Ibope, Marina aparece como a segunda mais votada no primeiro turno, atrás da presidente Dilma Rousseff, mas como vencedora de um necessário segundo turno, no qual obteria 45% contra 36% da candidata à reeleição.

O documento, que Marina e Campos começaram a elaborar com o seu grupo de colaboradores, defende a ampliação dos mecanismos para alcançar a “democracia direta”, entre eles plebiscitos, consultas populares e conselhos sociais.

O texto preliminar esclarece que a iniciativa de “democracia direta” pretende “revitalizar a democracia representativa, aumentando sua legitimidade” para “melhorar a qualidade e a representatividade”, com ferramentas como as plataformas de “democracia digital” que favorecem a “transparência”.

A proposta procura dar resposta às reivindicações que pautaram os protestos de junho de 2013.

As manifestações, de acordo com o texto preliminar que deverá ser oficializado pela campanha, “revelaram, ao mesmo tempo, o distanciamento entre os governos e a população, e o desejo de mudanças na forma de administrar”.

A “democracia direta” é abordada inicialmente no eixo intitulado “Estado e democracia de alta intensidade”, o primeiro dos seis capítulos do programa. A “Política Nacional de Participação Social”, no entanto, será incluída no capítulo de “Cidadania e identidades”, que propõe a criação de conselhos e instâncias de controle social do Estado.

Participaram da elaboração do programa, entre outros, o ex-deputado Maurício Rands, homem de confiança de Campos no PSB, e Neca Setúbal, filha do empresário Olavo Setubal, dono do banco Itaú, que trabalha junto com Marina desde a campanha presidencial de 2010.

Outros temas sensíveis e que serão expostos no debate de campanha com os outros candidatos deverão ser abordados no programa proposto pela candidata. Entre os pontos há destaque para a autonomia do Banco Central, a passagem gratuita para estudantes em transportes públicos, a reforma da previdência social e o investimento do equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na saúde. EFE

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