Marinha tailandesa afirma que rohingyas serão considerados imigrantes ilegais
Bangcoc, 20 mai (EFE).- O chefe da Marinha da Tailândia, Udomdet Sitabutr, disse nesta quarta-feira que os rohingyas são imigrantes ilegais, e não refugiados, e anunciou que serão tratados como tais se entrarem no país, apesar de 45 mil membros desta minoria muçulmana na Malásia estarem registrados no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Em entrevista coletiva, Udomdet diferenciou os rohingyas de outras etnias minoritárias birmanesas, como os karen, dezenas de milhares que vivem há anos em acampamentos instalados no lado tailandês da fronteira com Mianmar, segundo o jornal local “Khaosod”.
“As pessoas que estão ali (nos centros) fogem da guerra porque há conflitos em Mianmar com as minorias, e não têm outra saída. Mas os rohingyas são um assunto diferente porque estamos falando de pessoas que entram em nosso país ilegalmente”, afirmou Udomdet.
Os comentários do militar foram feitos no mesmo dia em que Indonésia e Malásia se comprometeram a receber temporariamente todos os imigrantes ilegais de Bangladesh e Mianmar que estiverem presos em embarcações na região, com a condição de que a comunidade internacional os encaminhe a um terceiro país no prazo de um ano.
A Tailândia participou da reunião ministerial realizada em Kuala Lumpur, mas não assinou o acordo. Indonésia e Malásia, que já tem 45 mil rohingyas registrados com o Acnur, calculam que atenderão temporariamente sete mil pessoas.
Cerca três mil imigrantes ilegais bengaleses e rohingyas desembarcaram em território indonésio e malaio desde o dia 10 de maio, enquanto as forças armadas desses países e a da Tailândia devolveram a águas internacionais várias embarcações com mais imigrantes ilegais.
Os rohingyas são uma minoria muçulmana que nem Bangladesh nem Mianmar reconhecem como cidadãos. A comunidade rohingya em Mianmar também é alvo de perseguição desde a onda de violência étnica que começou em junho de 2012 no oeste do país, que causou dezenas de mortes e provocou o deslocamento de mais de cem mil membros da minoria. EFE
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