Marrocos proíbe circulação de publicações que reproduzirem charges de Maomé
Rabat, 15 jan (EFE).- O Marrocos proibiu a circulação de todas as publicações estrangeiras que decidirem reproduzir charges do profeta Maomé por considerá-las como provocações e agressivas ao Islã, disse nesta quinta-feira o ministro de Comunicação e porta-voz do governo Mustafa Jalfi.
A decisão foi tomada com base no artigo 29 do Código de Imprensa, que permite ao país barrar a entrada de conteúdos que “atentam contra a religião islâmica, o regime monárquico, a integridade territorial, o devido respeito ao rei e à ordem pública”, explicou o ministro.
Jalfi considerou as charges do profeta feitas pelo semanário “Charlie Hebdo” como um “ato provocador, difamatório, condenável e impugnável”. Contudo, ressaltou que o governo marroquino condena tanto o atentado terrorista contra a revista francesa como também qualquer “difamação contra o islã, seus símbolos ou o profeta”.
O ministro não quis dar detalhes sobre a quantidade ou o nome das publicações estrangeiras proibidas até agora. No entanto, explicou que apesar de as caricaturas do “Charlie Hebdo” terem sido capa de muitos jornais, poucos deles chegaram ao país.
A imprensa local revelou que ontem os jornais franceses “Le Monde” e o “Le Figaro” já foram proibidos. Fontes ligadas ao Ministério de Comunicação disseram à Agência Efe que a edição de quarta-feira do espanhol “El País” também não pôde circular.
Jalfi elogiou o comportamento da imprensa marroquina. Alguns jornais como o “Akhbar al Yawm” reproduziram a capa do “Charlie Hebdo”, mas com a imagem do profeta desfocada.
O presidente do governo do Marrocos, o islamita Abdelilah Benkiran, elogiou hoje a postura do ministro das Relações Exteriores, Salah ad-Din Mezuar, que não compareceu à passeata de repúdio aos atentados, no último domingo em Paris, porque cartazes e caricaturas de Maomé eram exibidos pelos manifestantes. EFE
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