Mattarella jura cargo como presidente italiano e aposta no crescimento
Roma, 3 fev (EFE).- O novo presidente da Itália, Sergio Mattarella, jurou nesta terça-feira seu cargo e durante seu discurso defendeu o crescimento econômico, disse que a crise gerou “marginalização e solidão” e garantiu que representará a “união nacional e as esperanças e aspirações” dos cidadãos.
Mattarella foi recebido por uma longa ovação de todo o parlamento. O novo presidente dedicou a primeira parte de seu discurso à crise econômica, que “causou ferimentos e produziu marginalização, solidão, tantas dificuldades, criou exclusão, aumentou as injustiças e gerou nova pobreza”.
O presidente pediu para a classe política italiana realizar com “urgência” as reformas institucionais e econômicas “para dar uma resposta eficaz para a comunidade”.
Mattarella mencionou ainda o grande aumento do desemprego, sobretudo no sul do país, e ressaltou que a Constituição fala sobre o “direito ao trabalho”.
O presidente disse também que uma das prioridades deve ser a “luta contra a máfia e a corrupção”, que “alcançou níveis inaceitáveis”.
“A corrupção devora os recursos que poderiam ser destinados aos cidadãos”, afirmou.
Sobre a máfia, considerou “alarmante” sua propagação, tanto das “antigas como das novas”, e afirmou que se trata de “um câncer penetrante que destrói as esperanças e pisa nos direitos”.
Mattarella lembrou as figuras dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, assassinados pela máfia siciliana, Cosa Nostra, em 1992.
Uma boa parte de seu discurso foi dedicada ao terrorismo e à violência em nome da religião: “estamos horrorizados pela barbárie das decapitações de reféns, das guerras e dos massacres no Oriente Médio e na África e os últimos trágicos fatos como os de Paris”.
Mattarella, juiz e siciliano, viveu o drama dos atentados da máfia em sua própria família, pois seu irmão foi assassinado pela Cosa Nostra em 1980 quando era presidente da região da Sicília.
O presidente se referiu ainda ao drama da imigração e instou a União Europeia a ser mais “atenta e solidária”, pois a questão é “uma emergência grave e dolorosa” sobre a qual a “Itália está realizando bem sua parte”.
Uma das passagens mais aplaudidas foi quando falou de seu cargo e explicou que o presidente é “um árbitro que deve aplicar as regras”.
“Um árbitro deve e será imparcial, mas os jogadores devem ajudá-lo com sua correção”, acrescentou. EFE
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