Mau tempo impede voo de helicóptero e Mursi não chega ao seu julgamento
Cairo, 8 jan (EFE).- O presidente egípcio deposto Mohammed Mursi não chegou ainda à Academia de polícia, como foi anunciando anteriormente pela televisão estatal, e permanece na prisão em Alexandria à espera de que o helicóptero que irá levá-lo decole, disseram à Agencia Efe fontes policiais.
Apesar do canal oficial ter anunciado sua chegada, posteriormente retificou a informação e disse que até o momento só oito acusados, entre os quais não está Mursi, chegaram à Academia de Polícia, nos arredores do Cairo, onde o julgamento está sendo realizado.
Segundo as fontes, o helicóptero que levará o presidente deposto não pôde decolar da prisão de Burg el Arab, em Alexandria, devido ao mau tempo.
Cerca de três mil agentes de segurança e mais de 30 blindados estão no local. A Irmandade Muçulmana anunciou protestos para hoje na área.
Além de Mursi, serão julgados outros quatorze dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre os quais se destacam o vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ) -braço político da Irmandade-, Esam el Arian, e um dos membro de seu Executivo, Mohammed Beltagui.
Todos eles são acusados por suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro.
O plano de segurança do Ministério do Interior inclui o desdobramento de milhares de policiais em torno ao local do julgamento, onde também estão sendo realizados a audiências do caso do ex-presidente Hosni Mubarak, e em todas as estradas de acesso.
O restante dos acusados chegará em veículos blindados à Academia de Polícia vindos da prisão cairota de Tora.
Sob o lema “O povo defende seu presidente”, a Coalizão em Defesa da Legitimidade, dominada pela Irmandade Muçulmana, convocou ontem seus simpatizantes a sair hoje em massa para protestar contra o julgamento, que considera inválido.
Durante a primeira sessão do julgamento, em novembro do ano passado, Mursi se declarou como o presidente legítimo do país e se negou a reconhecer o tribunal, o que obrigou a um adiamento da audiência para hoje.
Não se trata do único caso pelo qual está sendo julgado Mursi, que deverá responder também perante a justiça por revelar informação secreta para países e organizações estrangeiras, como o Hamas, e por fugir de prisão durante a revolução de janeiro de 2011.
Por este último caso, o ex-presidente egípcio será julgado, junto a outras 130 pessoas, em 28 de janeiro no Tribunal Penal do Cairo. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.