McCain adverte que tweets e hashtags não vão libertar meninas nigerianas

  • Por Agencia EFE
  • 16/05/2014 21h54
  • BlueSky

Washington, 16 mai (EFE).- O senador republicano e ex-candidato à presidência americana John McCain reiterou nesta sexta-feira que os Estados Unidos devem “fazer mais” perante o sequestro das mais de 200 meninas na Nigéria pelo grupo radical islâmico Boko Haram e declarou que tweets e hashtags são importantes, mas não libertam às prisioneiras.

“Continuo acreditando que os Estados Unidos deveriam tomar todas as medidas necessárias e apropriadas para libertar às jovens nigerianas que o grupo terrorista Boko Haram sequestrou e ameaça vender como escravas”, insistiu o legislador, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

“Tweets e hashtags são apreciados. Podem fazer com que as pessoas se sintam melhor, mas não liberarão às prisioneiras. Isso deve recair naqueles que têm o poder e a influência para marcar a diferença, e nenhum outro como os Estados Unidos”, assegurou em comunicado, em referência à campanha no Twitter #Bringbackourgirls (Tragam de volta nossas meninas).

As mais de 200 meninas sequestradas já superam um mês em cativeiro, enquanto se intensificam os esforços para conseguir sua libertação. Boko Haram, que significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a “sharia” ou lei islâmica na Nigéria, país de maioria muçulmana no Norte e predominantemente cristã no Sul.

Os Estados Unidos enviaram aviões tripulados e “drones” para realizar voos de reconhecimento na Nigéria e encontrar o paradeiro das meninas. Além disso, 30 especialistas das Forças Armadas se assessoram as equipes de busca nigerianas em seus trabalhos. A Administração do presidente de Barack Obama, no entanto, descartou aumentar seu contingente alegando que a Nigéria é um estado soberano.

“Deveríamos dedicar mais nossas capacidades nacionais para ajudar nossos parceiros da Nigéria na localização das meninas. E se temos (dados de) inteligência sobre onde estão presas devemos enviar forças especiais americanas para resgatá-las, com a aprovação e a cooperação dos governos e as forças de segurança nigerianas, se for possível, mas sem eles se for necessário”, disse o senador veterano.

McCain, que também faz parte do Comitê de Serviços Armados, sustentou que os Estados Unidos devem ajudar à Nigéria a cumprir com suas responsabilidades, mas advertiu que o poder que o país tem “lhe confere uma especial responsabilidade”.

“Se a nação mais poderosa da história do mundo tem a oportunidade de prevenir um crime contra a humanidade e salvar mais de 200 meninas de uma vida miserável, que diriam de nós se não atuarmos?”, concluiu.

Apesar de as críticas de McCain, milhões de pessoas se somaram ao grito desesperado das famílias e postaram as hashtags que colocam sobre pressão o governo da Nigéria e obrigando à comunidade internacional a se envolver na libertação.

Nos Estados Unidos, de onde aparece quase a metade (44%) dos tweets desta campanha, a iniciativa já é considerada uma nova demonstração do poder do que há alguns anos se batizou como ” hashtag activism” (“ativismo de hashtags”). EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.