MEC corta 20% da verba das escolas federais

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/05/2016 10h26
Brasília - O deputado Mendonça Filho fala à imprensa na Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil) Divulgação/Antônio Cruz/Agencia Brasil Novo ministro da Educação e Cultura Mendonça Filho já sofre cobranças

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) repassou, em maio, valor insuficiente para o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) para pagar por bolsas de auxílio estudantil a alunos em situação de vulnerabilidade social. Apenas 80% do recurso foi enviado para os 33 câmpus neste mês. Em protesto, os alunos ocuparam, na última quinta-feira (19), por quatro horas a reitoria do instituto. Após o ato, o MEC liberou mais 12% do recurso necessário para a bolsa. 

“A ocupação foi um ato pacífico e simbólico para chamarmos a atenção do MEC para a nossa situação. Eles fizeram um grande corte e isso está impactando nos alunos mais carentes, que não receberão as bolsas e estão com dificuldade até mesmo de ir à escola”, disse Felipe Moraes de Sousa, de 19 anos, aluno de Engenharia Civil no câmpus São Paulo, no Canindé, zona norte da capital.

De acordo com Luís Cláudio de Matos, diretor do referido câmpus, neste mês a unidade recebeu 80% dos R$ 670 mil que paga mensalmente aos 1.200 alunos em situação vulnerável, com direito ao auxílio àqueles com renda familiar per capita abaixo de 1,5 salário mínimo. O principal atraso, no entanto, foi no orçamento geral mensal, recurso que é usado para pagar fornecedores, prestadores de serviço e bolsas de incentivo à pesquisa e extensão, onde apenas 20% do valor do orçamento foi pago.

“A prioridade são os alunos, então pagamos o que era possível das bolsas de auxílio estudantil, as de pesquisa e o subsídio no restaurante do câmpus. As demais contas estão todas atrasadas”, disse. 

Segundo o diretor, a unidade já enfrentou atraso de repasses outras vezes, mas o deste mês foi o maior. “É a primeira vez que recebemos tão pouco recurso e o pior é que estamos sem resposta sobre quando teremos a liberação do restante da quantia, o que cria uma instabilidade entre os alunos.”

Votação

O câmpus de Capivari, no interior, também recebeu 80% do recurso para as bolsas. “Tivemos uma conversa com os 180 estudantes que usam o auxílio, que votaram entre receber um valor proporcional ou deixar 20% dos alunos sem o recurso. Eles optaram pelo recurso proporcional, por entenderem a necessidade de todos terem a verba, mesmo que menor”, disse Waldo de Lucca, diretor da unidade.

Em nota, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) informou que todos os 33 câmpus tiveram atraso. Questionado sobre a demora e a redução dos repasses, o MEC não se pronunciou até as 20 horas de quinta-feira.

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