Mediador suspende reunião entre Governo sírio e oposição por desacordos

  • Por Agencia EFE
  • 27/01/2014 12h08
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Genebra, 27 jan (EFE).- O mediador no processo de paz para a Síria, Lakhdar Brahimi, suspendeu a primeira reunião do dia com as delegações do Governo sírio e a oposição, menos de uma hora após seu início, pelas claras posições discrepantes entre ambas.

“A declaração do regime era claramento um desvio do objetivo. Nós queríamos discutir assuntos que o regime não queria. Eles só queriam falar de terrorismo”, disse Murhal Jouejati, delegado da Coalizão Nacional Síria (CNFROS).

Brahimi voltará a se reunir com as delegações separadamente nesta tarde para tentar acercar suas posições.

O principal problema para a oposição é que o regime foi para reunião com um documento de princípios, elaborado por eles, sobre o qual queriam discutir.

“Essa não é a maneira. Viemos aqui para discutir sobre uma base comum. Se não, isto é um autêntica farsa. Algo que acho que seja inteção do regime”, disse.

“Segundo eles, todos que estão contra do presidente Bashar al Assad é terrorista”, afirmou.

O opositor explicou que sua delegação tratou de ressaltar em sua declaração de abertura que o regime perdeu toda sua legitimidade como resultado do uso da força contra manifestantes pacíficos.

“Nesse ponto, houve inclusive mais confronto e (a delegação do regime) começou o sermão de maneira ditatorial que já estamos acostumados na Síria”, indicou.

Sobre o conteúdo do documento apresentado pelo regime, o opositor explicou que era uma “lista de princípios muito nobres sobre a unidade da Síria, democracia e pluralismo”.

“O problema não é a nobreza desses princípios. O problema é a estratégia do regime que é nos desviar do caminho”, reiterou.

Um porta-voz da delegação opositora, Louay Safi, disse que o Governo chegou com esse documento “para nos afastar do principal propósito desta reunião, que é discutir o Comunicado de Genebra, implementá-lo e formar um órgão de transição política com todos os poderes”

“Também inclui levantar o cerco sobre cidades e libertar prisioneiros de consciência”, assinalou Safi, a quem pareceu decepcionante que os membros mais importantes da delegação do regime não tenham participado das negociações.

“Eles seguem fora da sala e seguem enviando os membros mais jovens para dirigir estas negociações. Isto nos mostra sua seriedade sobre sua vontade de chegar a soluções”, indicou. EFE

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