Mediadores de processo de paz colombiano pedem acordo para trégua bilateral
Havana, 27 mai (EFE).- Os países mediadores do processo de paz colombiano, Cuba e Noruega, pediram nesta quarta-feira ao governo de Juan Manuel Santos e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que estabelecessem um acordo de cessar-fogo bilateral e definitivo e revelaram sua preocupação pela “atual escalada do conflito armado” no país sul-americano.
“Fazemos um chamado às partes para que continuem seus esforços para seguir avançando na discussão das questões pendentes, incluindo a adoção de um acordo para um cessar-fogo bilateral definitivo”, assinalaram em comunicado os representantes de Cuba, Rodolfo Benítez, e Noruega, Dag Nylander.
Nessa declaração, Cuba e Noruega manifestaram sua “profunda preocupação” com a intensificação do conflito colombiano e lamentaram a “perda de vidas humanas” no meio do processo de paz.
Segundo os mediadores, a escalada do conflito “põe em risco” as ações práticas que foram implementadas para reduzir a intensidade da guerra, como o plano piloto de remoção das minas terrestres iniciado recentemente, e o “aumento da confiança” entre as partes.
Noruega e Cuba assinalaram que os avanços conseguidos na mesa de negociação, com acordos parciais em três temas da agenda, “devem ser preservados”, já que os colombianos “nunca” estiveram tão pertos da paz.
Os mediadores reiteraram sua “plena disposição” de continuar contribuindo para o avanço das conversas e para a adoção de um acordo final para terminar o conflito e a construção de uma “paz estável e duradoura na Colômbia”.
O processo de paz entre o governo e as Farc passa por um momento complicado depois que na última semana 40 guerrilheiros foram mortos em diferentes bombardeios do Exército, entre eles dois ex-integrantes da delegação de paz.
Um deles foi Pedro Nel Daza Martínez, conhecido como “Jairo Martínez”, que – segundo anunciou hoje a delegação de paz da guerrilha em Havana – tinha integrado essa equipe e é um dos 27 rebeldes mortos no bombardeio da última quinta-feira contra um de seus acampamentos em Guapi, no sudoeste do país.
Fontes militares confirmaram hoje que outro guerrilheiro, o conhecido como de “Emiro Chaqueto” e que também tinha feito parte da delegação das Farc em Cuba, morreu na segunda-feira em um bombardeio em Riosucio, no oeste do país, no qual também morreu Alfredo Alarcón Machado, conhecido como “Román Ruiz”, máximo comandante do bloco noroeste e membro do Estado-Maior.
Como consequência do primeiro desses bombardeios, a guerrilha suspendeu na sexta-feira o cessar-fogo unilateral e indefinido que tinha começado em 20 de dezembro.
Apesar dessas dificuldades, as equipes negociadoras de ambas as partes continuam com os diálogos de paz em Havana, em um ciclo que deverá ser concluído no próximo domingo e no qual prosseguiram suas discussões em paralelo sobre a reparação às vítimas e o fim do conflito. EFE
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