Mediadores do processo de paz participaram de libertação de militar

Bogotá, 19 jul (EFE).- Cuba e Noruega, países fiadores do processo de paz colombiano, participaram com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) da operação humanitária que libertou neste domingo o subtenente do exército Cristian Moscoso Rivera, sequestrado pelas Farc, conforme informou o organismo.

O militar, de 26 anos, que ficou ferido em um combate com as Farc em 7 de julho, foi entregue à missão humanitária “em uma região rural do departamento de Putumayo”, no sul da Colômbia, na fronteira com o Equador, e “se encontra bem”, disse o CICV em comunicado.

A primeira informação sobre a entrega foi divulgada no Twitter do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que garantiu que o subtenente “se encontra em boas condições”.

“Esta operação humanitária foi possível graças à confiança que as partes depositam no CICV, assim como ao acompanhamento dos países fiadores”, comentou Christoph Harnisch, chefe da delegação do CICV na Colômbia.

Segundo o comunicado, uma vez entregue ao CICV, Moscoso Rivera foi submetido a um exame preliminar por uma médica dessa instituição.

“O encontramos em condições aptas para sua mudança”, afirmou a médica Tatiana Flórez, que ressaltou a emoção e “certa tensão” do momento, assim como a alegria de “saber que se encontra bem e que em breve se reunirá com seus entes queridos”.

Após a entrega feita pelas Farc, o militar foi transferido em um helicóptero com o emblema do CICV até Villagarzón (Putumayo), para ser entregue a representantes do exército colombiano, acrescentou a informação.

Segundo a imprensa local, a operação humanitária teve como base o aeroporto Três de Mayo, na cidade de Puerto Asís (Putumayo), de onde saiu o helicóptero com o emblema do CICV.

O organismo humanitário não detalhou quais foram os representantes de Cuba e Noruega que participaram da operação, mas em imagens gravadas à distância no aeroporto de Puerto Asís no sábado é possível ver Rodolfo Benítez, representante de Cuba nos diálogos de paz do governo colombiano com as Farc, que são realizados desde novembro de 2012, em Havana.

“O CICV se mantém disposto a fazer esse tipo de operações, sempre com um fim humanitário”, acrescentou Harnisch, que disse que com essas tarefas se busca “contribuir para aliviar o sofrimento das vítimas do conflito armado e outras situações de violência”.

Moscoso foi capturado pela frente 32 das Farc após ficar ferido em um combate com a guerrilha em uma região rural do município de Puerto Caicedo (Putumayo), combate que deixou um soldado morto e dois feridos.

O CICV ressaltou que desde 1994 até hoje, 1.611 pessoas foram libertadas na Colômbia graças à mediação neutra. EFE