Mediadores em crise de Burkina Fasso anunciam princípio de acordo

  • Por Agencia EFE
  • 21/09/2015 04h39

Redação Central, 21 set (EFE).- Os governantes africanos que intermedeiam na crise de Burkina Fasso após o golpe de Estado da semana passada anunciaram neste domingo um princípio de acordo que restaura o presidente Michel Kafando no poder, anistia aos golpistas e atrasa as eleições para novembro.

Esta proposta de acordo não assinado será apresentada na terça-feira à Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao) em Abuja (Nigéria), informou em entrevista coletiva na capital de Burkina Fasso o presidente do Senegal, Macky Sall, um dos mediadores.

O princípio de acordo, que deveria promulgar antes do dia 30 de setembro, inclui atrasar as eleições legislativas e presidenciais previstas para o dia 11 de outubro para 22 de novembro o mais tardar e admitir os candidatos excluídos do processo simpatizantes do presidente deposto Blaise Compaoré, a quem os golpistas seguem.

Também contempla restaurar as instituições de transição e ao presidente Kafando, a libertação de todos os detidos e uma lei de anistia após o levante do dia 17, entre eles o golpista e ex-mão direita de Compaoré, o general Gilbert Diendere, e sua guarda presidencial.

Ainda se desconhece se o acordo não assinado será aceito pelos golpistas, que detiveram o presidente interino, o primeiro-ministro Isaac Zida e vários ministros de reféns após o golpe, ou seus oponentes em um governo de transição.

A junta militar pretende que o general Diendere continue dirigindo o país até as eleições, o que parece que não será admitido pelos governos da região, que reagiram ao golpe suspendendo Burkina Fasso da União Africana.

O golpe de estado, o sexto da história de Burkina Fasso desde sua independência da França, em 1960, truncou a transição democrática neste país africano. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.