Médicos britânicos são localizados em áreas controladas pelo EI na Síria
Ancara, 24 mar (EFE).- Nove jovens médicos britânicos procurados pelas respectivas famílias foram localizados em dois hospitais em regiões controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, conforme informou à Agência Efe nesta terça-feira o parlamentar turco Mehmet Ali Ediboglu.
“Dois deles estão (trabalhando) em um hospital em Jarabulus”, cidade síria próxima à fronteira com a Turquia, disse por telefone o político, ex-presidente da associação de médicos de Hatay (província do sul da Turquia).
“Os outros estão muito mais dentro (da Síria), perto de Al Raqqah”, acrescentou o parlamentar, que tenta ajudar as famílias britânicas de origem sudanesa que viajaram à Turquia para “recuperar” os filhos, que decidiram deixar o Sudão, onde estudavam, para trabalhar como médicos voluntários na Síria.
Quatro são mulheres – Lena Maumoun Abdul Qadir, Rowan Kamal Zine El Abidine, Tasneem Suleyman Huseyin e Nada Sami Kadir – e cinco são homens – Ismail Hamadoun, Tamer Ahmed Abu Sebah, Usame Muhammed Bedir, Hisham Muhammed Fadlallah e Sami Ahmed Kadir.
Os parentes acreditam que os filhos tenham se unido ao EI. Ediboglu, agora deputado do maior partido da oposição, o Republicano do Povo (CHP), disse que conseguiu localizá-los com a ajuda de médicos sírios.
“Tentei achar uma solução para que venham à Turquia. Nesses lugares são necessários médicos e profissionais de saúde devido aos graves confrontos no local”, explicou.
O legislador disse ter esperança em dar boas notícias para os parentes nos próximos dias, já que chegou a um acordo com ONGs islâmicas, com sede na Turquia, que contribuíram na construção de hospitais na Síria.
Segundo o acordo, as ONGs “transfeririam outros médicos para os hospitais” onde estão os britânicos e os enviariam para a Turquia, explicou.
“Agora há 14 parentes em Gaziantep (o centro nervoso dos refugiados e dos movimentos rebeldes sírios no sudeste da Turquia) esperando seus filhos. Acredito que muito em breve possam abraçá-los”, disse Ediboglu.
De acordo com a reconstituição dos fatos, os jovens viajaram do Sudão para Istambul na madrugada do dia 12 de março. No dia seguinte, pegaram um ônibus rumo a uma cidade do sudeste, para depois chegar à Síria.
Na sexta-feira, Mamoun Abdel Gadir explicou à Efe por telefone que, no dia 13 de março, sua filha Lena enviou uma mensagem e uma selfie da Turquia para a irmã, na Inglaterra, para avisá-la que ia para a Síria.
Os pais de Lena, que moram na Inglaterra e ficaram comovidos pela decisão, entraram em contato com parentes de colegas da filha. Um grupo de familiares viajou à Turquia para tentar rastrear os filhos e contactaram Ediboglu. EFE
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