Medvedev chega às ilhas Curilas apesar dos protestos do Japão

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2015 07h37
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Moscou, 22 ago (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, chegou neste sábado ao arquipélago das Curilas para inspecionar as infraestruturas de uma de suas ilhas, Iturup, apesar dos enérgicos protestos do Japão.

Medvedev ordenou ao governador da região de Sakhalin, à qual pertencem administrativamente as quatro ilhas sob controle russo, a aquisição de equipamentos para garantir o funcionamento do aeroporto de Iturup durante todo o ano, segundo a imprensa local.

O primeiro-ministro russo também supervisionou a fábrica de pescado da capital do arquipélago, Kurilsk, e elogiou o estado das estradas e o moderno porto construído nos últimos anos e que conta com sete pontos de atraque com capacidade para 75.000 toneladas de carga.

Recentemente, o governo russo aprovou um programa de desenvolvimento do arquipélago, cujo objetivo é reduzir o ininterrupto êxodo da população do território desde a queda da União Soviética, em 1991, devido às difíceis condições de vida.

Medvedev se tornou em 2010 o primeiro dirigente russo a pôr seu pé no arquipélago, conhecido como Territórios do Norte por Tóquio, viagem que repetiu dois anos depois já como chefe de governo.

Na véspera da viagem, o Japão emitiu um protesto, alegando que este será um obstáculo no diálogo político entre ambas potências, que têm pendente um tratado de paz desde a Segunda Guerra Mundial.

Segundo a imprensa japonesa, que cita hoje fontes diplomáticas, Tóquio poderia adiar a visita prevista à Rússia do ministro das Relações Exteriores, Fumio Kishida.

Rússia respondeu que, já que as Curilas são território russo, os dirigentes do país sempre podem visitar as ilhas quando considerem oportuno.

Ambos países retomaram em abril de 2013 as negociações para a assinatura de um tratado de paz, que deve substituir o armistício assinado após o fim da Segunda Guerra Mundial na qual um dos grandes derrotados foi o exército imperial japonês.

Moscou sempre advogou por assinar o tratado de paz antes de abordar o litígio territorial das Curilas, sob controle soviético e depois russo desde 2 de fevereiro de 1946.

Por sua parte, o Japão considera que as Curilas do sul (Kunashiri, Etorofu, Shikotan e Habomai para os japoneses) “são parte ancestral e inalienável de seu território” e vincula a solução deste problema à assinatura do tratado de paz. EFE

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