Meirelles diz que inflação deve ficar claramente abaixo da meta este ano

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/04/2017 17h19
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Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante audiência pública da Comissão Especial sobre Novo Regime Fiscal (PEC 241/16), na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira, 4, ao chegar para evento do Bradesco BBI em São Paulo, que a inflação este ano deve ficar claramente abaixo do centro da meta do governo, de 4,5% ao ano. 

Meirelles voltou a afirmar que não gosta de falar de política monetária, assunto destinado ao Banco Central e, ao comentar sobre a meta de inflação, disse que é o BC que tem as previsões mais acuradas. Questionado se a estimativa de 4,1% para a inflação este ano, feita pelo presidente Michel Temer, é possível, Meirelles se limitou a dizer “vamos aguardar”.

Meirelles ressaltou que o País voltou a crescer e indicou alguns setores que passam por melhora, como o automobilístico. “Em resumo, é um claro sinal de que a economia já começa a crescer devagar”, disse o ministro observando que a expansão de 0,1% da produção industrial é um indício claro de que já entrou na área positiva. “Mas está vindo de algo muito negativo. Então é uma direção forte de crescimento.”

Na rápida entrevista, Meirelles foi perguntado sobre o início do julgamento que pode cassar a chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014 e se isso não representaria um “suicídio econômico”. O ministro respondeu que não tem comentários políticos a fazer, mas acha pouco provável que alguma coisa aconteça nesta direção em um prazo razoável. 

Meirelles fala hoje em evento do Bradesco BBI e começou sua apresentação destacando que o Brasil está saindo da maior recessão de sua história. O ministro falou que a confiança de empresários está retomando e que a melhora da atividade não foi tão rápida como o esperado porque as companhias e famílias estavam muito endividadas e, ao mesmo tempo, o desemprego está alto, a inflação elevada e o juro alto. “Essa conjugação é bastante complexa para a economia”, disse ele. 

A partir do segundo trimestre do ano passado, Meirelles destacou que as empresas começaram a fazer uma recuperação e recomposição de seus balanços e agora têm condições de retomar taxas de investimento e recomposição de estoques.)

Previdência

Meirelles dedica boa parte de seu discurso para falar da reforma da Previdência. Ele disse que as regras atuais no Brasil incentivam a aposentadoria precoce. Um dado que evidencia isso é o fato de a média de idade dos aposentados brasileiros, de 54 anos, estar abaixo da média mundial.

Meirelles destacou o rombo na Previdência incluindo a rural e ressaltou que o gasto com pensões e aposentadorias é equivalente a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) hoje, no mesmo nível de países desenvolvidos, como França e Alemanha. 

Ao falar que a idade média de aposentadoria no Brasil é baixa, Meirelles citou que a dos mercados que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 64 anos. Na América Latina, ele citou que no México a idade média é de 72 anos. 

Há crescente conscientização da necessidade de reforma da Previdência no Brasil, disse Meirelles, ressaltando que esta e outras reformas vão levar à queda do juro estrutural no País. O ministro destacou que a reforma trabalhista está em andamento e disse que outros países, como o Japão e a Alemanha, têm regras mais flexíveis para o mercado de trabalho que a economia brasileira. “A terceirização é muito importante.”

Na palestra, Meirelles falou ainda de medidas que o governo está tomando para facilitar o ambiente de negócios. “Medidas de desburocratização estão em andamento num ritmo muito forte.” Entre estes ajustes, ele citou mudanças nas regras para exportação e importação, que devem reduzir os procedimentos de cinco para três dias.

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