Meirelles: reservas garantiram que Brasil enfrentasse crise com câmbio tranquilo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 19/09/2016 15h34
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Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fala durante reunião com o presidente interino Michel Temer e líderes empresariais de vários setores produtivos, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil Henrique Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira, 19, que as reservas internacionais são muito importantes e garantiram que o Brasil enfrentasse a atual crise com um mercado de câmbio bastante tranquilo. “Essa é uma das bases que nós temos para a retomada do crescimento. Tem custo? Sim, como toda reserva de caixa tem”.

Ele lembrou uma conversa que teve com um banqueiro central de outro país, pouco depois de assumir o Banco Central do Brasil. Na ocasião, ele foi questionado por que o Brasil precisava acumular reservas. “Eu respondi que, quando eles chamarem o Brasil de uma economia avançada, não precisaremos mais de reservas. Entretanto, enquanto tiver volatilidade, risco elevado, como temos, nós precisamos.”

A declaração foi uma resposta a um dos ouvintes da palestra de Meirelles no almoço-debate promovido pelo LIDE, que perguntou se não seria possível utilizar as reservas para abater da dívida pública. “Muitos de nós cresceram sob a sombra da ameaça de crises cambiais. O (Mário Henrique) Simonsen dizia que a inflação aleija e o câmbio mata. Isso desapareceu da perspectiva dos brasileiros. Por quê? Porque nós temos reservas. Países como o Brasil precisam de reservas para períodos de crise, como a que estamos passando”, reforçou. 

Programa de privatização

Meirelles afirmou ainda que o programa de concessões lançado este mês pelo governo federal é ambicioso, mas deve ser bem-sucedido. “O programa é forte, mas temos segurança que será bem-sucedido. O capital, tanto o estrangeiro como o brasileiro, é alocado em investimentos que ofereçam retorno e previsibilidade”, afirmou durante o evento. 

Meirelles disse que o programa está bem equacionado e que existe demanda no Brasil para projetos de infraestrutura. “O programa vai se fundamentar na competição. Vai prevalecer a melhor taxa, os investimentos, as condições oferecidas.” Segundo o ministro, com uma boa previsibilidade, o investidor se garante no longo prazo e assim não precisa de taxas de retorno tão elevadas. “Os retornos no Brasil são atraentes, nós temos muitas possibilidades, e com o aumento da previsibilidade os investimentos vão vir”, assegurou.

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