Melhoria de condição social aumenta função cognitiva das mulheres

  • Por Agencia EFE
  • 28/07/2014 21h41

Washington, 28 jul (EFE).- Quando as condições socioeconômicas aumentam e as restrições educativas de gênero diminuem, melhoram mais as funções cognitivas das mulheres do que as dos homens, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista “Proceedings” da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

O estudo do Instituto Internacional para Análise de Sistemas Aplicados averiguou em qual medida as mudanças para melhor as condições de vida e as oportunidades de educação afetam as capacidades cognitivas dos homens e das mulheres.

As autoras examinaram os dados da “Pesquisa de Saúde, Envelhecimento e Aposentadoria da Europa”, para a qual mais de 31 mil homens e mulheres, com mais de 50 anos de idade e de 13 países europeus, responderam a perguntas sobre suas funções cognitivas, incluíndo a memória, a capacidade matemática e a fluência verbal.

“As diferenças cognitivas e as razões para sua origem fascinaram os pesquisadores durante décadas”, indicaram as autoras em alusão às diferenças que se refletem na participação feminina na pesquisa científica, as representações parlamentares ou os cargos executivos em empresas e agências governamentais.

A magnitude, os padrões e as explicações das diferenças cognitivas entre os gêneros também são matéria de frequente debate político. Segundo as autoras, durante o século passado, ocorreram incrementos substanciais no desempenho cognitivo de muitos países e, em parte, essas mudanças são atribuídas aos fatos ocorridos nas condições de vida e a uma maior exposição ao estímulo cognitivo, por exemplo, a educação escolar.

“Apesar destas melhorias sociais ainda são notadas as diferenças cognitivas por gênero, que tipicamente resultam em vantagens para os homens ao longo da vida nas tarefas relacionadas às destrezas visuais e espaciais e à matemática”, indica o estudo.

Por outro lado, as mulheres frequentemente superam os homens em tarefas que avaliam a memória dos fatos e a leitura.

“Nossos resultados mostram que não há razões para esperar que todas as diferenças cognitivas por gênero diminuirão”, indicou Daniela Weber, pesquisadora do instituto e principal autora do estudo.

“As conclusões deste estudo indicam que se homens e mulheres tivessem níveis iguais de educação o que se pode esperar é uma vantagem das mulheres na memória episódica, uma vantagem masculina quanto aos números e o desaparecimento das diferenças na categoria da fluência, por exemplo, nomear tantos animais diferentes quanto fosse possível em um minuto”, segundo as autoras, entre as que também se encontram Inga Freund e Agnetha Herlitz.

O estudo mostra como a magnitude das diferenças cognitivas por gênero varia sistematicamente entre as regiões e os diferentes grupos de idade. Nas regiões onde houve melhorias das condições de vida e uma ampliação da educação com oportunidades iguais para os homens e as mulheres, elas mostraram uma memória superior a dos homens, ao passo que a vantagem matemática deles diminuiu. EFE

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