Menina de Egtved, da Idade de Bronze, pode ter nascido na Alemanha
Londres, 21 mai (EFE).- A chamada menina de Egtved – uma das descobertas arqueológicas da Idade de Bronze de maior destaque no mundo – descoberta na cidade dinamarquesa de mesmo nome, pode ter nascido não na Dinamarca, mas em algum lugar do sudoeste da Alemanha, conforme publica nesta quinta-feira a revista britânica “Nature”.
Em 1921 foi descoberto em Egtved o corpo e roupas, bem conservados, de uma jovem de entre 16 e 18 anos que viveu no período da Idade de Bronze e que se estimava que tinha nascido na atual Dinamarca há cerca de 3.400 anos.
Um estudo do Museu Nacional da Dinamarca e da Universidade de Copenhague, publicado pela “Nature”, analisou o cabelo, as unhas e os dentes da adolescente e determinou que a menina de Egtved nasceu e cresceu a centenas de quilômetros da cidade dinamarquesa.
A pesquisa sugere que a menina de Egtved pode ter nascido na Floresta Negra, no sudoeste da atual Alemanha, e que chegou a Egtved pouco antes de morrer após percorrer longas distâncias durante os dois últimos anos de sua vida.
A conservação de seu cabelo, dentes, unhas e roupas permitiram à equipe de cientistas, liderado por Karin Frei, do Museu Nacional da Dinamarca, traçar a história de uma das figuras mais simbólicas da Idade de Bronze.
Para isso, mediram os índices de isótopos de estrôncio que a menina de Egtved tinha no esmalte de seus dentes e que não coincidiam com os índices da Dinamarca.
Além disso, as análises realizadas dos isótopos presentes na lã utilizada para suas roupas indicaram que estas tinham sido obtidas e tecidas fora dos limites que formam a Dinamarca na atualidade.
Desta forma, os autores sugerem que a menina de Egtved e suas roupas poderiam ser originárias da Floresta Negra.
Por outro lado, seu cabelo de 23 centímetros de comprimento permite realizar um acompanhamento dos últimos movimentos que realizou durante os últimos 23 meses de sua vida.
Além de seus movimentos, a pesquisa também revela informação sobre sua alimentação, “variada e com intervalos de reduzida ingestão de proteínas”, segundo explicaram os especialistas. EFE
abr/ma
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