Menina diabética que morreu no mar por falta de remédios comove Itália
Roma, 18 jul (EFE).- A morte de uma menina síria que sofria de diabetes por falta de remédios na embarcação em que ela, sua família e outros imigrantes cruzavam o Mediterrâneo comoveu a opinião pública da Itália neste sábado.
O primeiro-ministro, Matteo Renzi, falou dela para pedir aos partidos xenófobos do país que não recorram ao drama da imigração para obter votos.
“Debatamos sobre tudo, mas sejamos humanos diante da dor, que tem direito à dignidade. Se uma menina morre não permitiremos que por um ponto nas pesquisas renunciemos a ser humanos”, reivindicou Renzi na assembleia nacional do Partido Democrata (PD, no governo).
A denúncia desta história foi feita por Jalal Hasoun, o próprio pai de Raghad, que contou a história para o promotor de Siracusa, Francesco Paolo Giordano, ao chegar ao porto italiano.
Segundo seu testemunho, divulgado pela imprensa, sua filha tinha 10 anos, diabetes, e viajava no barco junto a ele, sua mãe e outros 330 imigrantes que partiram do porto egípcio de Rashid, perto de Alexandria, com a intenção de chegar à Europa.
“Minha filha sofria de diabetes e conservávamos os remédios em uma mochila para protegê-las da água do mar, mas não sei por que motivo o comandante durante a travessia decidiu que era preciso se desfazer de todos os fardos inúteis”, explicou o pai.
E continuou: “Supliquei que não se desfizesse da mochila, mas não me levou a sério e a jogou no mar. Agora minha filha está morta”.
Após a morte ele telefone para seu imã em Aleppo, na Síria, e ele recomendou que rezasse e jogasse o corpo da menina no mar.
“Rezei e a abandonei no mar enquanto minha mulher se desesperava. Mas não tínhamos outra opção, ninguém queria um cadáver a bordo”, lamentou.
A família, síria, decidiu viajar para a Europa para fugir do conflito no país. Eles levaram sete dias para chegar ao Egito, e após pagar US$ 5 mil, embarcaram para o Velho Continente até serem socorridos pela Guarda Costeira italiana, que os levou ao porto siciliano de Siracusa. EFE
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