Menor deportado dos EUA conta que viu seu companheiro morrer no deserto
Cidade da Guatemala, 15 jul (EFE).- Um menor guatemalteco de 16 anos que chegou nesta terça-feira a seu país deportado dos Estados Unidos afirmou que viu um amigo morrer no deserto e que não voltará a tentar viajar de maneira ilegal ao país.
O menor, que se identificou como Kenny Elías Mejía, chegou hoje à Guatemala após ser deportado por avião dos Estados Unidos junto com 130 adultos.
“O mais duro que vi durante a viagem foi um amigo morrer no deserto. Se desidratou e não podia caminhar mais. Ficou pra trás”, relatou Mejía à Agência Efe após aterrissar em seu país natal.
O menor detalhou que o falecido era guatemalteco e que ia junto com ele dentro de um grupo de imigrantes ilegais que pretendiam atravessar a fronteira americana de maneira ilegal. “Ficamos amigos no caminho e fiquei muito triste”, acrescentou.
Mejía disse que é original do município de Esquipulas, no departamento de Chiquimula, 230 quilômetros ao leste da Cidade da Guatemala, e que durante sua travessia viu “muitas crianças no deserto e muitas mães com eles”.
O menor destacou que desde sua detenção e durante o processo de deportação “alguns de nossos direitos foram violentados e outros respeitados”.
“Não voltarei a tentar”, disse o menor após ser questionado se tentaria atravessar a fronteira de maneira ilegal novamente.
As autoridades americanas calculam que mais de 52 mil menores centro-americanos, a maioria procedentes de El Salvador, Guatemala e Honduras, foram detidos pela Patrulha de Fronteiras no atual ano fiscal, que começou em outubro do ano passado.
Segundo a Direção Geral de Migração (DGM) da Guatemala, entre janeiro e junho deste ano, os EUA deportaram 28.021 cidadãos que estavam ilegais em seu território, entre eles 76 menores de idade como Elías Mejía. EFE
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