Menos desemprego e pobreza nos primeiros 10 anos de esquerda no Uruguai

  • Por Agencia EFE
  • 22/10/2014 17h38
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Rodrigo García.

Montevidéu, 22 out (EFE).- O Uruguai conseguiu reduzir a pobreza de 40% para 11%, melhorar a distribuição de renda e deixar o nível de desemprego “historicamente baixo” na primeira década de governo da esquerda, mas tem a inflação como ponto fraco.

Essas são as três áreas econômicas que o presidente do Uruguai, José Mujica, e o ex-presidente e candidato da Frente Ampla à presidência, Tabaré Vázquez, atribuem a esta etapa de governo no país, que no próximo dia 26 realizará as eleições que determinarão se o bloco da esquerda se manterá no poder ou não.

Por enquanto, as pesquisas lhe dão a vitória, mas sem votos suficientes para conseguir a maioria necessária, conter a ascensão da oposição e se manter no poder. Por isso, seria necessário um segundo turno em novembro.

Mujica, que chegou ao poder em 2010 e cuja reeleição não é permitida pela Constituição, não esconde seu convencimento de que Tabaré Vázquez, presidente de 2005 a 2010, será eleito de novo.

No entanto, “Pepe”, como o atual presidente é conhecido, sempre acreditou ter contribuído, junto com Vázquez, para transformar a economia do país desde que este último conseguiu levar à esquerda ao poder pela primeira vez na história do Uruguai.

De acordo com Mujica, a Frente Ampla chegou assumiu o governo durante a grave crise bancária de 2002 e com o país com “salários miseráveis”, “aposentadorias vergonhosas” e “centenas de empresas” entrando em falência.

Agora, uma década depois, Tabaré Vázquez quer voltar a ocupar a poltrona presidencial disposto a continuar a política econômica que levou o Uruguai ao “crescimento” e à diminuição das disparidades.

O Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade, situa o Uruguai, junto com a Venezuela, como os dois países da América do Sul nos quais no período 2002-2011 a desigualdade era menor. O próprio governo uruguaio garante ter reduzido o nível de pobreza de 39% em 2004 para 12% em 2012.

Os números de desemprego baixos – o Fundo Monetário Internacional (FMI) o situa em 6,9% em 2015, enquanto em 2005 chegou a 22% -, e a enorme diminuição da pobreza – de 40% a 11% em dez anos, segundo o Banco Mundial -, são constantes motivos de orgulho para os frenteamplistas. No entanto, um dos pontos fracos de sua gestão parece ser a inflação.

Embora as previsões do FMI para 2015 coloquem o Uruguai liderando o ranking de PIB “per capita” da América Latina com US$ 16.332, também o situam como segundo país com a taxa de inflação mais alta.

“A inflação não está fora de controle, em absoluto. Está um pouco acima do que desejaríamos. Mas seria um problema se não fosse previsível e alterasse as decisões, que não é o caso”, comentou a respeito o ministro da Economia, Mario Bergara.

Este é exatamente um dos temas que os líderes da oposição usaram contra o governo.

O candidato do Partido Nacional à presidência, Luis Lacalle Pou, considerou durante a campanha eleitoral que o Uruguai sofreu uma “perda de competitividade nestes anos” e prometeu estabelecer um controle da inflação, fortalecer o peso frente às oscilações do dólar e reduzir a burocracia que os investimentos estrangeiros enfrentam.

Por sua vez, o representante do Partido Colorado, Pedro Bordaberry, pediu a conteção dos gastos públicos como medida de “ataque à inflação”.

Controverso é igualmente o vínculo que o Uruguai mantém com o Mercosul. Enquanto o candidato governista, Tabaré Vázquez, aposta no fortalecimento dos laços, seus oponentes da oposição consideram necessário impulsionar outros acordos comerciais para que o país não perca oportunidades econômicas. EFE

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