Mercado está benevolente, diz economista

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/06/2016 12h56

As ações preferenciais da Usiminas terminaram a sexta-feira (15) valendo R$ 0 Reprodução/Facebook Bovespa

Recentes denúncias de corrupção envolvendo o presidente em exercício Michel Temer e mudanças feitas às pressas em alguns Ministérios não devem alterar o quadro de expectativa de retomada da economia, na opinião de Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, “o mercado não está punindo as instabilidades políticas do governo, mas sim está sendo benevolente”. 

Dados da Sondagem Industrial, divulgados na sexta-feira passada (17),  pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as expectativas dos industriais melhoraram em relação aos próximos seis meses em todos os indicadores pesquisados. No quesito demanda, subiu de 47,8 pontos, em maio, para 51 pontos, em junho, ultrapassando a barreira dos 50 pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2015.

Sinais de que a depressão caminha para ser estancada também aparecem nas previsões do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A entidade espera estagnação dos investimentos, em 2017, em US$ 410 milhões, após três anos seguidos de queda. O número de postos de trabalho também deve ser mantido no setor, depois de sair de 199,5 mil trabalhadores, em 2014, para previstos 164 mil neste ano (35,5 mil a menos).

Gastos públicos

O presidente do Sindipeças, Dan Iochpe, lembra que a recuperação econômica está condicionada à adoção de medidas que controlem os gastos públicos do governo e estimulem a demanda, “se não tivermos grandes erros, daqui para frente é provável que a recuperação aconteça”, diz. O executivo ressalta, contudo, que qualquer alteração na atual política macroeconômica será um “desastre”.

Na visão do economista Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada no Ibre/FGV, os índices divulgados até agora “ainda são expectativas pessimistas se tornando menos pessimistas”, avaliando que “são empresas que achavam que a coisa continuaria piorando e, agora, acham que vai estabilizar”. 

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