Mercosul avança na compatibilização de oferta para a União Europeia
Brasília, 6 fev (EFE).- Os membros do Mercosul avançaram significativamente na compatibilização da oferta que apresentarão à União Europeia (UE) visando um acordo de livre-comércio entre os dois blocos, afirmou nesta quinta-feira o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
O chanceler assegurou que os representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (a Venezuela é membro do Mercosul, mas ainda não uniu-se às negociações) terão nos dias 12 e 13 de fevereiro uma nova reunião técnica em Caracas para unificar sua oferta e poder entregar o mais rápido possível aos europeus.
“Todos estamos muito comprometidos com esse acordo e avançamos na compatibilização da oferta. É um exercício muito interessante que está progredindo muito bem para que possamos fazer a troca de ofertas o mais rápido possível”, afirmou Figueiredo durante a primeira audiência pública de 2014 da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
O chanceler se absteve de confirmar se a troca de ofertas será efetivamente em fevereiro, como tinham previsto ambos blocos.
A troca estava prevista para dezembro de 2013, mas foi adiada para o início deste ano por pedido da União Europeia. A intenção do Brasil era realizá-la em janeiro, mas ficou em dúvida pelo próprio adiamento da cúpula dos presidentes dos países do Mercosul, agora prevista para meados deste mês em Caracas.
“Quando realizarmos a troca veremos quais são os termos da oferta europeia, mas trabalhamos com a esperança que possamos chegar a um acordo benéfico para o Brasil, para o Mercosul e para os países europeus”, declarou Figueiredo.
O ministro admitiu que a área agrícola é a principal e mais antiga divergência em torno do comércio entre o Mercosul e os países europeus.
“Sempre buscamos um acesso agregado de bens agrícolas ao mercado europeu e consideramos este acordo como uma via para tornar isso possível”, comentou.
A negociação para um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE começou formalmente em 2000, mas desde então se prolongou sem sucesso, e inclusive chegou a paralisar-se totalmente em 2004.
Foi retomada em 2010, mas o processo ficou novamente adiado pela crise causada pela suspensão do Paraguai em junho de 2011, após a destituição do então presidente Fernando Lugo.
A suspensão do Paraguai chegou a seu fim no último dia 15 de agosto quando assumiu como novo presidente do país, Horacio Cartes, com quem a negociação pôde ser reatada. EFE
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