Mercosul estabelecerá plataforma para compra conjunta de remédios

  • Por Agencia EFE
  • 11/06/2015 17h23

Brasília, 11 jun (EFE).- Os países do Mercosul decidiram nesta quinta-feira em Brasília que estabelecerão uma plataforma para a compra conjunta de remédios, especialmente para o tratamento de doenças consideradas raras.

O acordo foi anunciado ao término de uma reunião de autoridades de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, membros plenos do bloco, e de Chile, Bolívia e Peru, que também participarão da iniciativa em sua qualidade de associados ao Mercosul.

“O objetivo é utilizar o poder de compra conjunto e a uma grande escala para negociar em melhores condições, obter melhores preços e facilitar assim o acesso da população a esses remédios”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, anfitrião da reunião.

Segundo o acordo alcançado hoje, dentro de 30 dias voltarão a reunir-se grupos de técnicos dos oito países, que definirão uma primeira lista de remédios considerados prioritários, para depois estabelecer as necessidades de cada um deles.

Chioro explicou que, por tratar-se de compras governamentais, alguns dos oito países, entre eles Brasil e Paraguai, deverão adaptar suas legislações, que atualmente limitam a participação do Estado nessas operações a uma escala nacional.

Uma vez estabelecidas as necessidades e resolvidos esses impedimentos legislativos, o Mercosul negociaria então com os laboratórios que produzem os remédios, a fim de fazer compras conjuntas.

Segundo Chioro, por “estratégias de mercado” e outros fatores, o preço dos remédios para doenças raras alcança em alguns países “graus de extorsão” que podem ser combatidos por meio de uma ação comum.

Durante a reunião realizada em Brasília, os países do Mercosul e seus associados se comprometeram a adotar medidas para reduzir as taxas de sódio nos alimentos industrializados, após comprovar que o consumo supera os 5 gramas diários por pessoa recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).

Além disso, se decidiu impulsionar campanhas, mas em nível nacional, para aumentar a segurança no trânsito e especialmente nos casos das motocicletas, que hoje estão no primeiro posto das listas de acidentes com mortes em todos os países do Mercosul.

Segundo Chioro, durante a reunião se comprovou que se trata de um “problema comum”, que tem como origem o aumento da venda de motocicletas em todos os países do bloco.

“Muitas vezes uma moto pode ser comprada em 48 vezes, mas os bons capacetes têm preços muito elevados e há quem não possa adquiri-los”, comentou o ministro brasileiro.

Durante o encontro, as autoridades do Mercosul também se comprometeram a fomentar a troca de experiências em matéria de transplante de órgãos, assim como no tratamento da saúde indígena e o combate à obesidade, entre outros assuntos. EFE

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