Merkel afirma que plano franco-alemão para refugiados inclui cotas

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2015 11h18
EFE Angela Merkel fala sobre crise da imigração na Europa

A distribuição de refugiados por cotas entre os países da União Europeia fará parte do plano conjunto que Alemanha e França apresentarão aos outros países-membros nos próximos dias, afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta segunda-feira (31)

Em sua habitual entrevista coletiva de verão, a chanceler garantiu que o plano de Alemanha e França está em grande medida “pactuado” e inclui uma distribuição justa, que levará em conta o volume da população de cada país e sua força econômica.

Além disso, a proposta franco-alemã para enfrentar a crise dos refugiados contempla uma redefinição dos países de origem considerados seguros e a intensificação dos esforços diplomáticos para estabilizar nações e tentar conter conflitos como o da Síria.

“A Europa em seu conjunto deve se movimentar”, afirmou, além de considerar imprescindível “repartir as cargas” entre os países-membros e assinalar que alguns pontos do Procedimento de Dublin não são válidos na situação atual.

Para ela, se a UE fracassar em sua tentativa de dar resposta ao desafio da crise dos refugiados, a União corre o risco de “romper o vínculo” que a une com os “direitos humanos universais”, um elemento de fundação e fundamental ao bloco.

Os ministros de Interior da França e da Alemanha, acrescentou a chanceler, serão os encarregados de explicar em detalhes esta iniciativa aos outros países-membros da UE em 14 de setembro.

Merkel já afirmou que não aceitará as desculpas de alguns países, que pediram para não receber refugiados muçulmanos porque são de maioria católica, e ressaltou que acima das diferenças religiosas está “a dignidade de cada pessoa”.

No âmbito nacional Merkel adiantou que, para esta “grande tarefa nacional”, que ocupará o país por um “longo período de tempo”, está finalizando um pacote de medidas legais e financeiras de mais de 10 bilhões de euros.

Merkel também se reuniu com o presidente espanhol Mariano Rajoy nesta segunda (EFE/ZIPI)

A chefe do governo alemão acrescentou que este plano nacional não interfere na estabilidade orçamentária deste ano.

Este pacote, que provavelmente será aprovado em 24 de setembro, prevê uma reforma do processo de asilo para torná-lo mais ágil (melhorando também o procedimento de devolução de pessoas), e a construção de mais abrigos.

Além disso, incluirá um distribuição “justa” dos custos entre o governo central, os Länder (estados alemães) e os municípios porque, embora estes dois últimos sejam os responsáveis por atender aos peticionários de asilo, Berlim se comprometeu a aliviá-los substancialmente desta tarefa.

“A federação fará tudo o que estiver em nossas mãos”, garantiu Merkel.

Por último, o pacote legislativo incluirá recursos para integrar os asilados admitidos, por meio de cursos de alemão, “perspectivas trabalhistas” e de acesso a um lar.

Além disso, a chanceler reiterou que há “limites” para a liberdade de expressão, e o o Estado terá “tolerância zero” com a violência ultradireitista contra os refugiados.

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