Merkel apela para responsabilidade moral da Europa em crise de refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 13h01

Berlim, 22 set (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, apelou nesta terça-feira para a “responsabilidade moral” da Europa, e pediu a todos os membros da UE que colaborem na busca de soluções para a crise dos refugiados, que devem se concentrar no combate às suas causas.

Em entrevista coletiva junto com o primeiro-ministro da Finlândia, Juha Sipilä, pouco antes de começar, em Bruxelas, a reunião dos ministros de Interior que discutirá as cotas de redistribuição dos refugiados, Merkel estimou que “cada país membro deve fazer sua contribuição e cumprir seu dever para conseguir uma repartição justa”.

A Europa, acrescentou, tem que demonstrar seus “valores”, seu respeito à dignidade humana e também enviar “sinais de ordem”: quem estiver fugindo de um conflito tem direito a proteção, mas quea chegar por motivos econômicos deve retornar ao seu país.

Após o conselho de ministros de hoje, assinalou, os líderes europeus amanhã, que se reunirão em uma cúpula extraordinária, e abordarão outros aspectos da crise, com especial atenção aos controles de reforço das fronteiras exteriores da UE.

Merkel deixou claro que a distribuição dos refugiados entre os países comunitários exige contar com centros de registro na Itália e na Grécia.

Ela destacou ainda a importância de manter um contato estreito com a Turquia, para que vigie sua fronteira com a Grécia, e de avançar rumo a um acordo de paz na Líbia.

Lutar contra as causas desta crise, insistiu, exige acabar com a guerra civil na Síria, o que implica também em dialogar com Estados Unidos e Rússia.

Na sua opinião, é preciso fazer “todo o possível” para evitar que as pessoas que estão em campos de refugiados de países limítrofes rumem para a Europa, o que torna essencial reforçar as agências das Nações Unidas na região.

Perguntada pelos temores dos cidadãos europeus, Merkel disse que “o medo não é bom conselheiro” e insistiu que uma crise como a atual não será solucionada “com a construção de cercas”, mas combatendo as causas e impondo “ordem” no processo, com envolvimento de todas as partes.

Merkel lembrou a experiência da Alemanha durante as guerras dos Bálcãs, quando o país acolheu cerca de 400 mil refugiados desses territórios, e destacou que muitos depois retornaram aos seus respectivos países.

Ele acrescentou que são muitos os que agora aspiram a voltar ao território comunitário diante da falta de perspectivas econômicas em seus países, por isso a chanceler ressaltou também a necessidade de apoiar a essa região.

O primeiro-ministro finlandês se mostrou de acordo com Merkel e afirmou que “os problemas não se solucionam fechando fronteiras”, embora seja necessário reforçar os controles, e afirmou que seu país cumprirá com sua parcela de responsabilidade na atual crise, aceitando os 2.400 refugiados propostos pela Comissão Europeia.

Segundo Sipilä, proporcionalmente à população chegam tantos solicitantes de asilo à Finlândia quanto à Alemanha. EFE

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