Merkel classifica de “repugnantes” incidentes xenófobos no leste da Alemanha

  • Por Agencia EFE
  • 24/08/2015 11h38

Berlim, 24 ago (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou nesta segunda-feira de “repugnantes” os incidentes xenófobos registrados no fim de semana em Heidenau, no leste da Alemanha, em um abrigo de refugiados e de “vergonhosa” a presença de famílias com crianças em manifestações organizadas por neonazistas.

“É repugnante a forma como ultradireitistas e neonazistas buscam divulgar suas bruscas mensagens de ódio ao redor do abrigo de refugiados, e é vergonhoso o que cidadãos e até famílias com crianças os apóiem marchando com eles”, disse Merkel em uma declaração lida hoje por seu porta-voz, Steffen Seibert.

“A Alemanha não permitirá que refugiados, que antes de tudo precisam refletir sobre sua difícil situação, sejam recebidos com palavras de ódio e sejam ameaçados por gritos bêbados”, acrescentou.

Durante os incidentes de Heidenau, no estado federado da Saxônia, houve um enfrentamento entre neonazistas e manifestantes de esquerda, que se solidarizaram com os refugiados e com a polícia.

Já o vice-chanceler e titular de Economia, Sigmar Gabriel, que visitou hoje o centro de refugiados de Heidenau em uma amostra de solidariedade, ressaltou que “não se deve dar nem um milímetro a esta turba ultradireitista”.

Para o ministro, “são pessoas que nada têm a ver com a Alemanha, que se consideram os representantes da Alemanha verdadeira, mas são os tipos menos alemães que se pode imaginar”, disse.

Para este tipo de gente só há uma resposta válida, acrescentou, “polícia, promotoria e, caso necessário, prisão”.

“Não são parte de nós, não os queremos, e onde forem, os apanharemos, os castigaremos e os poremos atrás das grades”, é a única resposta que merecem, ressaltou, se referindo aos integrantes da extrema direita como “gente à margem da sociedade”, e assinalou que é preciso enfrentá-los desde o “centro da sociedade”.

Gabriel ressaltou a necessidade de contar com municípios fortes e prefeitos valentes, ao mesmo tempo em que reiterou a obrigação de aliviá-los da carga que é responder à inundação de refugiados.

O ministro assinalou que dos 800 mil solicitantes de asilo que estimam que chegarão ao país este ano, entre 500 mil e 600 mil poderiam ter opções de permanecer na Alemanha.

A estes refugiados “é preciso oferecer um novo lar”, assinalou Gabriel, que lembrou que sua chegada representa ao mesmo tempo uma oportunidade para a Alemanha de “rejuvenecer e tornar-se mais atratente”. EFE

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