Merkel defende acordo de Minsk e rejeita adotar novas sanções “agora”
Berlim, 16 mar (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, insistiu nesta segunda-feira perante o presidente ucraniano, Petro Porosenko, na necessidade de conseguir a implantação dos acordos de Minsk e rejeitou adotar de forma imediata novas sanções contra a Rússia.
“É preciso conseguir que se cumpra o pacote de medidas aprovado em Minsk em fevereiro, já que não há alternativa” a uma solução pacífica e política ao conflito, disse ela ao líder ucraniano, de visita oficial em Berlim, coincidindo com o primeiro aniversário do referendo da Crimeia.
Segundo Merkel, caso ocorram “flagrantes de violações” quanto ao estipulado seria abordada a possibilidade de novas “medidas políticas” contra Moscou, mas isso não deve ocorrer na cúpula de líderes da União Europeia (UE) deste mês.
Para a chanceler, é “fundamental” permitir o acesso da ajuda humanitária ao leste da Ucrânia, respeitar o cessar-fogo e verificar a retirada de armamento pesado estipulado entre Moscou e Kiev, sob a mediação da Alemanha e da França.
“Até agora, a Cruz Vermelha Internacional ainda não conseguiu acessar essas regiões”, disse Merkel a Poroshenko, que responsabilizou Moscou por essa situação.
Ela não quis falar sobre a possibilidade de apoiar um boicote a Copa do Mundo que a Rússia irá sediar em 2018, proposta formulada por Poroshenko, de acordo com o popular jornal “Bild”.
“É preciso se concentrar no que vai ocorrer em 2015. No futebolístico, antes da Copa temos ainda uma Eurocopa, do qual me alegro muito”, acrescentou a chanceler, grande fã do esporte.
Poroshenko insistiu em qualificar o conflito ucraniano de “guerra mundial”, pois, além da segurança de seu país, está em jogo a de toda a Europa.
“A estrutura de segurança que garantiu a paz na Europa durante 70 anos já não funciona”, sentenciou o líder ucraniano, que antes de se reunir com Merkel foi recebido com honras militares pelo presidente alemão, Joachim Gauck.
A visita de Poroshenko a Berlim tinha caráter altamente simbólico por coincidir com o aniversário do referendo de anexação da Crimeia pela Rússia. EFE
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