Merkel defende cotas obrigatórias na UE para amparo a refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2015 13h00
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Genebra, 3 set (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta quinta-feira a necessidade de definir cotas obrigatórios de amparo para todos os países-membros a refugiados na União Europeia.

“Precisamos de cotas obrigatórias no seio da União Europa para compartilhar os deveres; é o princípio de solidariedade”, disse a dirigente alemã durante uma visita oficial à Suíça.

Essa foi a posição que Alemanha e França concordaram em defender nas instâncias comunitárias, em resposta à crise migratória e de refugiados que alguns países do bloco enfrentam.

Mais de 350 mil imigrantes e refugiados chegaram este ano à União Europeia, praticamente todos à Itália, pelo Mediterrâneo, e à Grécia, a maioria através da Turquia.

“Falei com o presidente francês e a posição franco-alemã é que vamos transmitir às instituições europeias nosso entendimento de que devemos respeitar princípios fundamentais, ou seja, que quem precisa deve receber proteção” em função de um sistema justo de cotas, comentou em entrevista coletiva transmitida pela Rádio-Televisão Pública Suíça.

Merkel compareceu à imprensa junto com a presidente suíça, Simonetta Sommaruga, com quem também conversou sobre os desafios que a migração traz e o forte aumento de solicitações de asilo na Europa.

“As duas partes confirmaram seu apoio a uma política europeia comum e solidária em relação aos refugiados, como está delineado na agenda europeia em matéria de asilo”, indicou a presidência suíça.

Na entrevista coletiva, Merkel foi perguntada sobre a declaração que o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fez hoje em Bruxelas, que descreveu a crise migratória como “um problema alemão”, pois a maioria dos refugiados desejam chegar à Alemanha.

“A Alemanha fará o que for necessário moral e legalmente, nem mais nem menos”, respondeu a chanceler, apontando o respeito que os países devem à Convenções de Genebra.

Este instrumento jurídico, que constitui a base do direito internacional humanitário, estabelece a obrigação dos Estados de brindar proteção às civis vítimas de conflitos e perseguições.

Merkel também mostrou interesse em como a Suíça administra, por cantões (circunscrições com um grau elevado de autonomia), seu sistema de asilo.

“A política de asilo suíça, colocada por regiões, pode ser um modelo para a Europa”, disse Sommaruga.

A Suíça não faz parte da União Europeia, mas é parte do Acordo Schengen para a livre circulação de pessoas. EFE

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