Merkel defende que acordo é única solução possível para crise na Grécia

  • Por EFE
  • 17/07/2015 07h36
EFE/Bernd Von Jutrczenka Chanceler alemã Angela Merkel

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, apresentou nesta sexta-feira (17) o “duro” acordo para negociar um terceiro resgate para a Grécia como a única solução possível, já que seu governo não permitirá que os gregos caiam em uma situação de “caos e violência”.

O acordo firmado entre os 19 membros da zona da moeda única é “duro” para a Grécia, mas também para os demais sócios, que prometeram um resgate de até 86,6 bilhões, destacou Merkel em uma sessão extraordinária no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento da Alemanha) para avaliar a questão.

“É uma mostra de solidariedade europeia nunca antes vista”, disse a chanceler no plenário, que autorizará sem grande oposição o início das negociações devido à ampla maioria dos conservadores e sociais-democratas, mesmo com a possibilidade de dissidências.

Merkel reconheceu que muitos parlamentares têm dúvidas sobre o possível êxito de um terceiro resgate à Grécia e sobre a força do governo de Alexis Tsipras para implementar as reformas estipuladas como contrapartida à assistência financeira.

No entanto, argumentou a chanceler, qualquer outra opção ao acordo da última segunda-feira – uma saída desordenada do euro ou o descumprimento dos tratados – teria sido sensivelmente pior.

Para Merkel, as alternativas tornariam ainda mais grave a situação econômica e social na Grécia. Já em nível comunitário, teriam colocado em dúvida elementos políticos essenciais da União Europeia.

Ter estipulado o novo programa para a Grécia – e a permanência na moeda única – mostra, além disso, a capacidade da Europa para enfrentar desafios e a prepara para outras crises, como o conflito na Ucrânia, o problema da imigração ilegal e a ameaça dos jihadistas, afirmou Merkel.

“Não só decidimos sobre a Grécia. Decidimos por uma Europa forte e uma zona do euro forte”, destacou.

A chefe do governo alemão garantiu que esse acordo é “a última tentativa” de resolver a crise na Grécia e destacou que Atenas cumpriu com todos os requisitos prévios impostos.

A chanceler, porém, fez críticas a Tsipras, acusando de adotar uma postura contraditória nos últimos meses ao exigir acabar com reformas e ajustes, ao mesmo tempo que desejava manter-se no euro.

Merkel também disse que o atual governo é responsável pela crise na Grécia, que tinha voltado ao caminho do crescimento após anos de recessão e agora apresenta, mais uma vez, um PIB negativo.

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