Merkel defende unidade da Europa no 25º aniversário da queda do muro

  • Por Agencia EFE
  • 09/11/2014 10h59

Berlim, 9 nov (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, classificou a queda do muro de Berlim, que neste domingo completa 25 anos, como uma “mensagem de confiança” para os focos de crise no mundo, e também defendeu “uma Europa unida e edificada sobre valores comuns”.

No Centro Comemorativo do Muro de Berlim na rua Bernauer Strasse, que dividia no passado a cidade em duas, Merkel lembrou que as “imagens (da queda do muro), que deram a volta ao mundo, eram o anúncio do fim da divisão de Berlim, da Alemanha e da Europa, e o fim da Guerra Fria”.

Segundo afirmou a chanceler em seu primeiro discurso do dia, “o centro comemorativo transmite também a grande sorte e a benção que é poder vivermos unidos e de forma pacífica em nosso continente, em uma estrutura econômica e social ligadas à liberdade e responsabilidade”.

“Podemos mudar as coisas para melhor, esse é a mensagem da queda do muro”, disse a chefe de governo durante a inauguração de uma exposição permanente sobre a vida diária por trás do muro que durante 28 anos dividiu a cidade.

Esta “mensagem de confiança”, acrescentou, é destinada tanto para a Alemanha como ao restante da Europa e do mundo e, “nestes dias, especialmente para o povo da Ucrânia, da Síria, do Iraque e de muitas outras regiões de nosso planeta onde a liberdade e os direitos humanos estão sendo ameaçados e inclusive pisoteados”.

A chefe do governo alemão se mostrou convencida de que há mais muros -“da ditadura, da violência, das ideologias, das inimizades”- que podem ser derrubados agora e no futuro.

“A queda do muro nos ensinou que os sonhos podem se tornar realidade, que nada deve permanecer como está, por maiores que sejam os obstáculos”, acrescentou.

Por outro lado, a chanceler honrou a memória de todas as vítimas da divisão alemã e lembrou muitas tentativas de fuga fracassadas.

“O muro de Berlim, este símbolo de cimento da arbitrariedade de um Estado, levou milhões de pessoas para o limite do suportável e muitos outros ainda mais além”, declarou Merkel, que reiterou que a República Democrática Alemã (RDA) foi tudo menos um estado de Direito.

Segundo Merkel, todos aqueles que visitarem o centro da Bernauer Strasse “entenderão o importante que é, também 25 anos depois da queda do muro, fazer uma revisão da ditadura do Partido Socialista Unificado (SEDE) e continuar qualificando a injustiça” como tal.

“A injustiça não se pode desfazer uma vez cometida. Se pode esquecer ou reprimir, mas para que precisamente não ocorra isso, necessitamos lugares para a lembrança”, discursou.

Previamente, Merkel compareceu a uma missa em memória das vítimas na Capela da Reconciliação, situada onde se encontrava a chamada faixa da morte, na rua Bernauer Strasse.

Antes do ato religioso, a chanceler e outros convidados colocaram rosas em lembrança das vítimas entre blocos do antigo muro no centro recordativo.

O auge das festividades de hoje será junto ao emblemático Portão de Brandemburgo, quando serão soltos no céu berlinense os primeiros de um total de sete mil balões brancos, distribuídos desde sexta-feira ao longo de 15 quilômetros do que foi o traçado do muro.

Esta cerimônia, que durará meia hora, simboliza a queda do muro. EFE

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