Merkel: Europa já não pode contar só com aliados e precisa permanecer unida
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu neste domingo (28) às nações da União Europeia que permaneçam unidas perante as divisões políticas com os Estados Unidos, a decisão da Grã-Bretanha de deixar o bloco e outros desafios.
Falando em um evento de campanha em uma barraca de cerveja da Bavária, Merkel sugeriu que a cúpula do G-7 na Itália que terminou no sábado serviu como um alerta. Os líderes do G-7 não conseguiram chegar a um acordo unânime sobre a mudança climática depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que precisa de mais tempo para decidir se apoiará ou não um acordo climático.
“Os tempos em que podíamos contar plenamente com os outros chegaram de certa forma ao fim, como pude vivenciar nos últimos dias”, disse Merkel ao grupo de cerca de
2,5 mil pessoas que se reuniram para ouvir a chanceler e o governador da Bavária, Horst Seehofer. “E assim tudo o que posso dizer é que nós, europeus, devemos realmente tomar nosso destino nas nossas próprias mãos”, afirmou, de acordo com a agência de notícias DPA.
Merkel enfatizou a necessidade de manter relações amistosas com os EUA e o Reino Unido e também sublinhou a importância de ser bons vizinhos “onde quer que seja possível, inclusive com a Rússia, mas também com outros”. “Mas precisamos saber que devemos lutar pelo nosso próprio futuro, como europeus, pelo nosso destino”, afirmou.
Apesar do discurso da administração Trump de “EUA em primeiro lugar” e críticas constantes contra a Alemanha por seu grande superávit comercial, os líderes do G-7 na
Sicília se comprometeram a combater o protecionismo, reiterando “o compromisso de manter os nossos mercados abertos”. Eles também concordaram em aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte, ampliar a cooperação na luta contra o terrorismo e sobre a possibilidade de mais sanções contra a Rússia por causa do seu papel no conflito na Ucrânia.
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