Merkel pede à oposição ucraniana incluir pró-russos em novo governo

  • Por Agencia EFE
  • 24/02/2014 11h03

Berlim, 24 fev (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu às forças opositoras ucranianas que assumiram o poder em Kiev para incluir representantes da minoria russa no próximo novo governo de união nacional.

Em um habitual encontro com a imprensa, o porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, explicou nesta segunda-feira que Merkel ligou para vários representantes da oposição, entre eles a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, para repassar a postura do governo alemão.

A mudança de poder realizada de forma acelerada neste fim de semana deve trazer um novo contexto, segundo a chanceler, e o novo governo também deve incluir representantes das regiões orientais e meridionais, onde vive a minoria russa do país.

O partido do deposto presidente Viktor Yanukovich, atualmente em paradeiro desconhecido, está profundamente enraizado na região leste da Ucrânia, enquanto a zona mais pró-russa do país é à península da Criméia, no sul.

Além da inclusão de representantes da minoria russa, a chanceler alemã também pediu moderação nestas ligações telefônicas aos líderes da oposição.

Seibert assinalou que todas as partes devem ter interesse em fazer da Ucrânia um país estável e regido pelo direito, lembrando que a União Europeia (UE) mantém sua oferta de um acordo de associação de caráter comercial.

Esta recomendação da chanceler reflete o risco de divisão nacional que surgiu após as tensões dos últimos meses entre os opositores pró-europeus e os partidários do governo de Yanukovich, favoráveis a um maior entendimento com a Rússia.

Neste sentido, Merkel e o presidente russo, Vladimir Putin, mantiveram ontem uma conversa telefônica na qual concordaram em que a Ucrânia deve escolher o mais rápido possível um governo estável para manter sua identidade territorial.

Ontem, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também conversou com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e pediu respeito à transição na Ucrânia para evitar uma divisão do país.

Segundo um porta-voz americano, Kerry ressaltou “a expectativa dos Estados Unidos de que a soberania da Ucrânia, sua integridade territorial e sua liberdade de escolha democrática serão respeitadas por todos os Estados”. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.